segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"A Vergonha - crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB"



      Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima primeira (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
     Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...trans... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE.          
       Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa BBB é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
      Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
     Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados..
     Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
    Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
    Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
    Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
   O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

     Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 
     Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
     (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )
     Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
     Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, a Bíblia, um poema ou qualquer outra coisa...., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Arca das Letras implanta 42 bibliotecas em Minas Gerais

O Ministério do Desenvolvimento Agrário vai entregar 40 bibliotecas do Programa Arca das Letras para comunidades indígenas do povo Xacriabá, em São João das Missões. Uma biblioteca vai para a comunidade quilombola Buriti do Meio, de São Francisco e outra para uma comunidade de agricultura familiar de Luislândia. Todos os municípios estão localizados no norte de Minas Gerais.

Os eventos de entrega das bibliotecas vão ocorrer nos dias 28 e 29 de janeiro, quando também serão realizadas oficinas de formação de moradores das comunidades como agentes de leitura. Eles são voluntários e ficarão responsáveis pelas bibliotecas, pelo empréstimo dos livros e pelo incentivo à leitura em suas comunidades.
Em São João das Missões, as atividades serão realizadas na manhã da próxima sexta-feira (28), reunindo os moradores e agentes de leitura das comunidades indígenas na Aldeia Indígena do Mata Fome – sede da Reserva Xacriabá. Esta ação é feita em parceria com a prefeitura municipal, que fabricou os móveis-bibliotecas (arcas) e realizou as consultas nas comunidades indígenas para verificar o interesse pela biblioteca e identificar os assuntos que os moradores têm mais interesse para formação dos acervos.
As bibliotecas das comunidades de São Francisco e de Luislândia serão entregues na manhã de sábado (29), em evento na Produtora de TV Cultuarte, em São Francisco (Centro), quando também serão capacitados os agentes de leitura, inaugurada a Unidade Comunitária de Comunicação da Cultuarte e  lançado o programa piloto de TV Arca das Letras e Pontos de Cultura, produzido em parceria pela Rede Comunitária de Comunicação, Pontos de Cultura do Norte/Noroeste de Minas, Ponto de Cultura CinePoesia da TV Geraes de Montes Claros. Apresentações culturais do Boi de Reis de São Francisco e da Sussa da Comunidade Buriti do Meio estão programadas para comemorar a chegada das novas bibliotecas. Terá também almoço comunitário da culinária solidária Comida de Folia e Fava com Torresmo de Das Neves, do Buriti do Meio.
Em São Francisco já funcionam 12 bibliotecas do Programa Arca das Letras. A prefeitura está participando ativamente da parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário no acompanhamento dos trabalhos dos agentes de leitura para o bom funcionamento das bibliotecas.
O  Arca das Letras, criado em 2003, já implantou 8.040 bibliotecas, formou mais de 17 mil agentes de leitura e distribuiu mais de 2 milhões de livros em todo o Brasil. O projeto de incentivo à leitura abrange um milhão de famílias de agricultores familiares, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pescadores. Só em janeiro de 2011 são 95 novas bibliotecas entregues para comunidades rurais do Pará, Maranhão e Minas Gerais.
Em Minas Gerais já foram implantadas 660 bibliotecas do Programa Arca das Letras e formados mais de 1.300 agentes de leitura. Eles emprestam os livros, ajudam nas atividades escolares dos moradores e incentivam a leitura, contribuindo para melhorar os índices educacionais e apoiando as ações culturais no campo.
O Arca das Letras congrega uma rede de parcerias que viabiliza os recursos e as condições de instalação das bibliotecas em comunidades rurais. Entre os parceiros estão o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC), prefeituras municipais, governos estaduais, editoras, artistas e as Delegacias Federais do MDA nos estados.

Falta de informação e cultura atrasada impedem o fim do trabalho escravo no Brasil, diz pesquisador

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília -Trabalhadores mais esclarecidos sobre os próprios direitos trabalhistas têm menos chances de ser aliciados para trabalhar em condições análogas à escravidão. De acordo com o pesquisador da organização não governamental (ONG) Observatório Social Marco Magri, “as pessoas acham que trabalho escravo remete à época colonial, onde o escravo vivia em senzala, não tinha direito algum. Hoje, o trabalho escravo tem uma caracterização bem definida". O trabalhador, sabendo disso, tem muito mais condições de manter uma relação saudável de trabalho com o empregador, explicou o pesquisador.
O dia 28 de janeiro foi batizado como Dia de Combate ao Trabalho Escravo. Neste dia, no ano de 2004, Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos em uma emboscada, quando investigavam denúncias de trabalho escravo na zona rural de Unaí (MG).
Em menos de seis meses de investigações, nove pessoas foram indiciadas pela polícia e denunciadas à Justiça pelo Ministério Público. Cinco estão presas preventivamente e quatro aguardam o julgamento em liberdade, entre elas, o prefeito de Unaí, Antério Mânica, denunciado como um dos mandantes, junto com o irmão Norberto Mânica. Os dois são grandes produtores rurais da região. Mesmo passados sete anos do crime, a Justiça ainda não marcou a data dos julgamentos.
Magri disse que um dos fatores que atrapalham a erradicação do trabalho escravo no Brasil é a cultura de que trabalho em condições ruins, degradantes, não é crime. “Hoje a gente ouve que muitas condições de trabalho são ruins, mas não são consideradas trabalho escravo. As pessos dizem: 'Imagine, trabalho escravo não existe na minha confecção, não existe na minha linha de produção'."
Ele disse também é necessário que a sociedade e o Poder Público façam um debate franco sobre essa questão. Ele citou o fato de parlamentares que questionaram a existência de trabalho escravo no país e a caracterização feita pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Isso tem um impacto negativo na sociedade porque mantém a cultura de que trabalho escravo não existe”.
O pesquisador disse ainda que, para combater essa prática, é necessário que o Estado faça uma análise dos setores que, historicamente, adotam essa prática e, também, dos novos setores que estão deixando trabalhadores em situação análoga à escravidão. Para Magri, esse mapeamento é importante para coibir o trabalho escravo.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, desde criação do GEFM, em 1995, foram feitas 1.082 ações de fiscalização, com 39.169 trabalhadores resgatados. Além disso, o Ministério do Trabalho criou a lista suja do trabalho escravo, que conta hoje com 88 empregadores. Quem entra para a lista fica impedido de obter empréstimos em bancos estatais e, também, entra para a lista das empresas pertencentes à cadeia produtiva do trabalho escravo no Brasil. O cadastro é usado por indústrias, atacadistas, lojas e exportadores, que impõem restrições ou impedimentos à comercialização de bens produzidos por quem financia ou se beneficia do trabalho escravo.
Edição: Vinicius Doria

Incra espera retirar ocupantes irregulares de assentamento paraense até final de março

Brasília - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) espera resolver o problema da ocupação irregular de lotes do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, em Anapu (PA), até o final de março deste ano.
Segundo o chefe-substituto da Unidade Avançada do Incra em Altamira (PA), Elói Farias de Oliveira, a remoção foi discutida na última terça-feira (25), durante a audiência pública coordenada pela Ouvidoria Agrária Nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para contornar a tensão entre trabalhadores rurais assentados, ocupantes irregulares do local e madeireiros.
“Quem estiver irregular vai ter que deixar a área. Esperamos fazer isso até o final de março e, se for necessário, voltaremos a recorrer à Justiça”, acrescentou Antonio José Ferreira da Silva, engenheiro agrônomo que coordena as ações do Incra em Anapu.
De acordo com Silva, há, no assentamento, dois grupos de ocupantes em situação irregular. O primeiro engloba 27 famílias, cuja maioria não atende às exigências para continuar na área.
“São pessoas que não podem permanecer na área ou porque são ex-beneficiários de programas de reforma agrária, já tendo sido assentados em lotes em outros projetos – que venderam para comprar um lote no Esperança, sem a anuência do Incra – ou que estão envolvidas com a extração ilegal de madeira”, disse Silva à Agência Brasil.
O segundo grupo inclui 22 pessoas que ocupam a reserva legal do projeto de desenvolvimento sustentável. Neste caso, segundo Silva, o Incra estuda a possibilidade de remanejá-las para outras áreas do próprio assentamento, onde ocupariam lotes atualmente vagos. Ao menos cinco pessoas já aceitaram a mudança. “Queremos remanejar 12 destas pessoas em até 15 dias e cinco delas já aceitaram”, contou o engenheiro, explicando que uma liminar judicial de novembro de 2010 autoriza a remoção de 22 pessoas.
De acordo com Silva, a tensão parece ter se dissipado após a audiência pública em que também foi acertado o recadastramento das famílias assentadas e a instalação de ao menos uma guarita de segurança para controlar a entrada e saída de veículos no assentamento a fim de impedir a extração ilegal de madeira. Além disso, o Incra fará um levantamento das famílias que vivem na área e irá elaborar um plano de manejo florestal sustentável para o local.
Localizado a 50 quilômetros do centro de Anapu, o assentamento Esperança se tornou mundialmente conhecido em 2005, quando a missionária católica norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros por assassinos de aluguel. Dorothy foi uma das idealizadoras do projeto de destinar terras para que trabalhadores rurais desenvolvessem projetos sustentáveis na Amazônia.
Vinte por cento da área do projeto é destinada ao assentamento dos trabalhadores rurais, enquanto 80% formam uma reserva natural coletiva. Segundo Silva, até a criação e ocupação do projeto, a área era alvo de grileiros. “Depois que o assentamento foi criado e as pessoas foram assentadas, a extração madeireira quase acabou, mas, em 2009, a coisa voltou a desandar. Não sabemos quanto de madeira saiu, mas sabemos que foi muito.” 

 fonte Agencia Brasil

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ibama libera licença para construção de Belo Monte

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
O Ibama liberou nesta quarta-feira a licença de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Com isso, a Norte-Energia, empresa que reúne os investidores, poderá dar início a construção.
A liberação consta do sistema informatizado de licenciamento ambiental do Ibama.
A usina de Belo Monte será a terceira maior do mundo, com capacidade de 11.233 MW (megawatts), atrás da chinesa Três Gargantas, com 22,5 mil MW, e da binacional Itaipu, com 14 mil MW.
O custo é estimado em até R$ 30 bilhões pela iniciativa privada --o governo estima em R$ 25 bilhões.
A primeira unidade geradora da hidrelétrica de Belo Monte deverá entrar em operação comercial em fevereiro de 2015.
A Norte Energia venceu, em abril deste ano, o leilão de geração promovido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a construção, operação e manutenção da Usina de Belo Monte. A operação e manutenção do empreendimento será realizada pela Eletronorte.
No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que existem mais de 30 pendências ambientais emperrando projetos de energia no país. O principal deles, a construção da hidrelétrica de Belo Monte, poderia atrasar em um ano se a autorização do Ibama não saísse até fevereiro.
Para evitar atrasos, as obras da usina têm que começar antes do período chuvoso, que inicia em abril.
FINANCIAMENTO
Em dezembro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou empréstimo-ponte no valor de R$ 1,087 bilhão à Norte Energia para a implantação da usina hidrelétrica de Belo Monte.
"O empréstimo-ponte é um adiantamento de recursos a título de pagamento inicial das encomendas para a fabricação de máquinas e equipamentos necessários ao projeto, a fim de garantir o cumprimento do cronograma da obra, estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica", explicou à época, em nota.
Segundo o BNDES, o capital servirá para compra de materiais e de equipamentos nacionais, além do pagamento de serviços de engenharia e de estudos técnicos para a instalação da usina. O projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O empréstimo chegou a ser questionado pelo Ministério Público Federal e ONGs tentaram barrar o financiamento.
fonte bol

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Banda pode ser uma aliada forte para agricultura familiar

A banda larga da Telebras vai contribuir para a evolução da Agricultura Familiar
De um lado a agricultura de alta tecnologia, com aviões modernos, GPS para o manejo da terra, colheitadeiras e plantadeiras de última geração, que fazem tudo parecer mais fácil. Do outro, a agricultura familiar, com produção manual, em menor escala, que dá preferência a culturas típicas da região. Em Uruçuí, esses dois mundos têm se encaixado perfeitamente. O sucesso do primeiro eleva a renda da população e turbina, indiretamente, o resultado do segundo.
A piauiense Maria da Conceição de Souza, de 42 anos, é um exemplo dessa “corrente de bonança”. Só com a horta, ela embolsa R$ 500 por semana. Isso sem contar a renda com a venda de frangos (que acompanha um maço de cheiro-verde), doces em compota e a tradicional cajuína. Maria mora na comunidade Santa Tereza (em Uruçuí), assentamento criado em 2001, onde vivem cerca de 70 famílias.
Para a pequena agricultora, a ordem é não desperdiçar. Tudo no seu terreno, de 30 hectares, vira dinheiro. Seja um cacho de banana ou as mangas, que em outras propriedades acabam apodrecidas no chão. Aliás, sua próxima experiência é a venda da polpa de manga. Com todo esse empreendedorismo, Maria tem 105 cabeças de gado e já comprou o primeiro veículo: um caminhão F4000, que custou R$ 98 mil. A metade foi paga à vista e o resto, parcelado, conta ela, que recomeçou sua vida com um empréstimo de R$ 17 mil do governo federal. “Você não imagina como foi a minha vida. Hoje sou rica.”
Maria é filha de índios e foi expulsa de sua terra ainda na adolescência. A primeira vez que pôs roupa tinha dez anos, quando conheceu a cidade. Mãe de três filhos, não faz questão de luxo. A casa tem poucos móveis e o refrigerador onde guarda os doces. Também tem um computador, usado pelos filhos. “Mas não tem internet”, lamenta a mais nova.
Com a banda larga da Eletrobras que vem aí e poderá beneficiar também os moradores de locais mais distantes e chegar até as propriedades rurais onde a rede atual não chega e com preço mais acessível. Permitindo mais acesso a informações e até ajudando os pequenos produtores rurais chegar a novos mercados.
Celso Jardim com informações do Estadão

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

STF oculta nomes em 75% dos novos inquéritos

Além de esconder nome de investigados, Corte exige a compra de um certificado digital para a leitura dos processos

Severino Motta, iG Brasília | 24/01/2011 07:00
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Devido à orientação dada no segundo semestre do ano passado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cesar Peluzo, 75% dos 48 inquéritos que chegaram à Corte desde agosto, quando foram retomados os trabalhos da Justiça, contam somente com as inicias dos nomes das autoridades investigadas. A medida, que vai na contramão da transparência, impede que o cidadão saiba quais as figuras públicas que estão na mira do judiciário.

O privilégio, concedido a deputados, senadores e outras autoridades em processos que não tramitam sob o segredo de justiça, não se estende aos tribunais inferiores, onde cidadãos comuns seguem sendo identificados por seu nome completo mesmo durante a fase de investigação. Além disso, o STF também adotou desde o ano passado uma outra medida para dificultar o acesso aos autos que lá tramitam.
Antes, estudantes de direito, advogados, jornalistas e cidadãos que se interessavam pela Justiça podiam acessar via internet as chamadas “peças eletrônicas”. Na prática, cópias digitais dos inquéritos e processos.
Quem quiser fazer isso hoje tem que se deslocar até a sede do STF em Brasília ou obter um certificado digital para ter o acesso. O certificado, que é um CPF digital, é um serviço pago e oferecido por cerca de 10 empresas no país. Custa, em média, R$ 200 o cartão que vale por um ano e vem com um leitor para que a mídia possa ser inserida no computador.
O STF alega que as medidas não visam prejuicar a transparência da Justiça, mas sim dar mais segurança ao acesso dos dados e permitir que inquéritos que lá chegam, que podem ser transformados em sigilosos, não fiquem expostos à consulta.
Na prática, contudo, há inquéritos que já receberam uma ou mais análises de seus relatores e seguem apresentando somente as iniciais dos nomes, mesmo sem ter tido o segredo de Justiça decretado.
Fora os inquéritos, o STF disponibiliza informações completas somente de matérias com notável interesse público, comodas ações de controle concentrado de constitucionalidade e de recursos extraordinários que possam resultar na chamada repercussão geral – quando o caso serve de base para futuros julgamentos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Mais de 300 mil estudantes já se inscreveram no ProUni

22/01/2011
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Prosseguem neste fim de semana as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece 123,1 mil bolsas de estudo em 1,5 mil instituições privadas de ensino superior. Do total, 80,5 mil bolsas são integrais e 42,6 mil parciais, que cobrem 50% da mensalidade. Até as 18h de ontem (21),  primeiro dia de inscrições, 316 mil estudantes preencheram o formulário do ProUni no portal do programa na internet. O prazo termina na terça-feira (25).
Para participar do ProUni, o candidato precisa ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou estabelecimento privado com bolsa integral, além de atender a alguns critérios de renda. É necessário ainda ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010, atingido pontuação mínima de 400 pontos na média das cinco provas e não ter tirado zero na redação.
As bolsas integrais são destinadas aos alunos com renda familiar mensal per capita de até 1,5 salário mínimo. As bolsas parciais são para os candidatos cuja renda familiar mensal per capita não passe de três salários mínimos.
O candidato pode escolher até três cursos, elegendo uma prioridade. A lista dos pré-selecionados em primeira chamada será divulgada dia 28 de janeiro. Esses estudantes deverão comprovar informações nas instituições de ensino até 4 de fevereiro. No dia 11 de fevereiro, será divulgada a lista dos pré-selecionados em segunda chamada, com prazo de comprovação de documentos até 17 de fevereiro.
Caso ainda haja bolsas disponíveis, o Ministério da Educação abrirá um novo período de inscrições entre os dias 21 e 24 de fevereiro, com divulgação da primeira lista de pré-selecionados em 27 de fevereiro. Quem já tiver conseguido uma bolsa na primeira etapa de inscrições não poderá participar da disputa.
Edição: Vinicius Doria

Movimento quer inventor brasileiro do rádio incluído em currículos escolares

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O padre brasileiro Landell de Moura, que inventou o rádio há mais de 100 anos, ainda não é apresentado nas escolas como um dos grandes idealizadores das telecomunicações. É justamente esse descuido histórico que o Movimento Landell de Moura (MLM) busca corrigir. A organização é formada por pesquisadores, jornalistas e entusiastas do rádio.

Segundo um dos integrantes do movimento, o jornalista Eduardo Ribeiro, o abaixo-assinado eletrônico pedindo uma posição oficial sobre a reivindicação conseguiu, somente nessa sexta-feira (21), cerca de 300 assinaturas. O apoio cresceu devido à divulgação de informações sobre o inventor, por conta dos 150 anos de seu nascimento em Porto Alegre (RS).

Mas as assinaturas no documento são pouco perto da “magnitude do movimento”, de acordo com Ribeiro. “O que realmente faz a diferença é a divulgação ampla, sobretudo pelos meios de comunicação”. Além disso, ele destaca as ações de reconhecimento pontuais feitas por órgãos públicos. Ontem, por exemplo, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) colocou em circulação um selo em homenagem ao padre.
      
Apesar de toda a documentação, experimentos públicos e até reportagens sobre os trabalhos de Landell para a transmissão de voz pelo ar sem condutores, a fama de "pai do rádio" acabou ficando para o italiano Guglielmo Marconi. Ribeiro atribui o desfecho a diversos fatores, entre eles a nomenclatura dos inventos e o conservadorismo da sociedade brasileira à época.
      
Na opinião do jornalista, “o caldo cultural do Brasil” no período não era favorável a Landell. “Os mais graduados o viam como louco e os menos graduados achavam que ele falava com o demônio”.

Houve ainda a questão dos nomes dos inventos. Como o de Marconi se chamava radiotelégrafo, por transmitir o Código Morse sem o uso de cabos, os créditos de tudo que era relacionado acabaram ficando para o italiano. Isso ocorreu mesmo com Landell tendo feito, 15 anos antes de Marconi, em 1900, uma demonstração pública, na Avenida Paulista, da transmissão de voz pelo ar.

Edição: Graça Adjuto

Governo pode rever limites de potência e altura de antenas de rádios comunitárias

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cézar Alvarez, se reuniu hoje de manhã (22) com representantes da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) para discutir reivindicações do setor. Alvarez tomou conhecimento das principais questões levantadas no 7º Congresso Nacional da Abraço, que ocorreu esta semana em Brasília.
Foi a primeira vez em 14 anos que o governo federal estabeleceu um canal de diálogo com a associação e o tom foi de conciliação. “Há uma determinação expressa da presidenta Dilma Rousseff ao ministro [do Planejamento] Paulo Bernardo no sentido de trabalhar a relação com rádios comunitárias - com a Abraço em particular como uma das maiores [entidades representativas] do setor - dentro de uma qualificação da radiodifusão como um todo”, disse Alvarez.
O secretário garantiu que as rádios comunitárias terão espaço no Ministério das Comunicações, mas não definiu nada sobre a criação de uma subsecretaria para atender o setor. A proposta de criação de uma subsecretaria foi aprovada na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em dezembro de 2009.
Apesar da indefinição quanto à subsecretaria, Alvarez garantiu que os radiodifusores comunitários terão espaço na elaboração do marco regulatório da comunicação. “Ele ainda está em fase de estudo no Executivo e ainda tem muitas etapas de debate com a sociedade e com o Legislativo antes de ser implementado”.
Uma das principais reivindicações que surgiram durante a reunião é o tratamento diferenciado da potência e da altura das antenas das rádios comunitárias, atendendo a variações urbanísticas e de relevo das cidades. Segundo a Lei da Radiodifusão Comunitária, a potência das rádios é limitada em 25 watts e a antena não pode superar 30 metros de altura. A Abraço pede uma potência dez vezes maior. Alvarez admitiu que a questão pode ser discutida. “Temos que trabalhar com essa questão da diversidade social e regional do Brasil”, afirmou.
Os representantes da Abraço também cobraram medidas para que a verba de publicidade do governo também seja distribuída às rádios. O representante do ministério disse não ter uma posição sobre o assunto, mas prometeu estudá-lo.
Entre as reivindicações estão ainda a discriminalização das rádios comunitárias, o fim das ações de agentes de fiscalização e policiais nas emissoras e anistia de multas e, também, para quem foi condenado por botar no ar uma rádio sem amparo legal. “No Rio de Janeiro, é preciso deixar de tratar as rádios comunitárias em favelas como se estivessem a serviço dos traficantes”, disse o delegado fluminense Adel Moura.
O secretário executivo do ministério pediu que as denúncias sejam relatadas com documentação completa para averiguação de responsabilidades. Uma nova reunião com os radiodifusores comunitários deve acontecer em 30 dias.
Edição: Vinicius Doria

Desmatamento da Amazônia leva à descoberta e à extinção de espécies, diz WWF


Enviada em 27 de dezembro de 2010 – Imprimir esta matériaEnviar para um amigo
Desmatamento da Amazônia leva à descoberta e à extinção de espécies, diz WWFDa AFP, por Roberto Cortijo
“As descobertas de aves, mamíferos e outras espécies na maioria ocorrem devido não a uma pesquisa científica, que custa muito dinheiro, mas pela presença de empresas petroleiras, mineradoras e de corte de árvores”, disse à AFP Michael Valqui, da ONG conservacionista Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Peru).


Na Amazônia peruana uma espécie de ave é descoberta ao ano e uma de mamífero a cada quatro, mas paradoxalmente cada nova descoberta faz parte de uma tragédia, pois ocorre devido ao desmatamento realizado por empresas de petróleo, mineradoras e madeireiras.
Por isso, em muitos casos, a descoberta de uma nova espécie caminha lado a lado com o começo de sua extinção.
“As descobertas de aves, mamíferos e outras espécies na maioria ocorrem devido não a uma pesquisa científica, que custa muito dinheiro, mas pela presença de empresas petroleiras, mineradoras e de corte de árvores”, disse à AFP Michael Valqui, da ONG conservacionista Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Peru).
“Este tipo de descoberta põe em risco a espécie que se descobre, já que pode entrar em risco de extinção porque este lugar é seu único hábitat, devido ao clima ou bacia”, acrescentou.
Entre as novas espécies descobertas nos últimos cinco anos estão a rã ‘Ranitomeya amazonica’, com coloração de fogo na cabeça e patas azuis, o papagaio-de-testa-branca e o beija-flor-de-colar-púrpura.
O Peru é o quarto país do mundo em extensão florestal, com 700.000 km2 de florestas tropicais amazônicas, que contribuem para reduzir o aquecimento global e abrigam grande biodiversidade.
Em outubro, mais de 1.200 novas espécies foram apresentadas em uma cúpula das Nações Unidas sobre biodiversidade. Delas, cerca de 200 foram descobertas na Amazônia peruana.
A região tem 25.000 espécies de plantas - 10% do total mundial - e é o segundo lugar do mundo com mais diversidade de aves, abrigando 1.800 espécies. Também ocupa o quinto lugar do mundo no que diz respeito à diversidade de mamíferos (515 espécies) e répteis (418 espécies).
Para Ernesto Ráez, diretor do Centro para a Sustentabilidade Ambiental da Universidade Cayetano Heredia, de Lima, “o número de espécies que desaparece para sempre no mundo todos os dias é muito superior ao número de espécies que descobrimos todos os dias”.
“Há espécies, em outras palavras, que desapareceram antes que as tenhamos conhecido”, disse.
A Amazônia peruana deve fazer frente a um agressivo programa estatal de exploração petroleira e mineradora, que tem confrontado o governo e as comunidades indígenas do local.
“Uma empresa mineradora ou de hidrocarbonetos não é, em si mesma, destrutiva; a chave é se é limpa ou não”, explicou Gérard Hérail, do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento de Lima (IRD, na sigla em francês).
Segundo os cientistas, a lagartixa de Lima, um animal de hábitos noturnos encontrado apenas em ‘huacas’ (santuários arqueológicos) da capital peruana, está prestes a se extinguir, enquanto outras espécies já desapareceram, como o rato endêmico da ‘lomas’ ou encostas (’Calomys sp’, um ratinho orelhudo).
“Os arqueólogos, ao limpar as ‘huacas’ para sua restauração, destroem o hábitat da lagartixa de apenas dois a três centímetros, com cor avermelhada, que vive nos recantos e locais escuros do local”, disse Valqui, do WWF-Perú.
Em 2009, o governo propôs, perante um organismo internacional sobre mudanças climáticas a preservação de 540.000 km2 de florestas e reverter processos de corte e queima para reduzir o desmatamento.
Atualmente, há no Peru 70 áreas naturais protegidas, que ocupam 200.000 km2, 15% do território nacional.
No entanto, “faltam sinais claros para dizer até onde o país vai na defesa de sua biodiversidade”, disse à AFP Iván Lanegra, defensor adjunto para o Meio Ambiente da Defensoria do Povo.
Para Nicolás Quinte, biólogo guia do Parque Nacional do Manu, no Amazonas, deve-se promover “as atividades que não sejam claramente extrativistas, mas também produtivas e que sejam sustentáveis com o passar do tempo. Uma delas pode ser o turismo que usa a floresta sem destruí-la”. FONTE NOTICIAS DA AMAZONIA

Polícia Federal prende prefeitos do PI por desvio de recursos públicos

A Polícia Federal, juntamente com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), realizou durante todo o dia de ontem, em vários municípios do interior do Piauí e na capital do estado, Teresina, a “Operação Geleira”, com objetivo de desarticular uma rede de comercialização de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos em várias prefeituras. O prejuízo é estimado em cerca de R$ 20 milhões. Em apenas três prefeituras (Landri Sales, Uruçuí e Eliseu Martins), o rombo foi de R$ 5 milhões.
Foram presos ao menos sete prefeitos, além de mais de 20 servidores municipais e empresários ligados às 33 empresas envolvidas no esquema criminoso. Todos foram transferidos para a sede da Polícia Federal do Piauí, em Teresina.
Entre os prefeitos presos estão Joedison Alves Rodrigues (PTB, gestor do município de Landri Sales); Teresinha de Jesus Miranda Dantas Araújo (PSDB, de Eliseu Martins); João Dias Ribeiro (PMDB, de Várzea Branca); Bismarck Santos de Arêa Leão (PTB, de Miguel Leão); Valdir Soares da Costa (PT, de Uruçuí); Isael Macedo Neto (PTB, de Caracol) e Jorge de Araújo Costa (PTB, de Ribeira do Piauí).
Um dos mais de 80 mandados de busca e apreensão foi cumprido na Assembleia Legislativa do Piauí. Lá os policiais revistaram o gabinete da deputada Ana Paula Mendes Araújo (PMDB), ex-prefeita de Sebastião Leal (sul do estado), de onde levaram vários documentos.
Também foram levados documentos (a maioria, balancetes contábeis) e computadores da Planacon (Empresa de Planejamento e Consultoria), de Teresina. A empresa presta consultoria a centenas de municípios do Piauí.
De acordo com a PF, o grupo desviava recursos federais destinados aos municípios, por meio de transferências automáticas (constitucionais) ou voluntárias, para aplicação, principalmente, em programas nas áreas de educação e saúde.
Os primeiros indícios da atuação do grupo criminoso foram levantados pela CGU em 2008, em fiscalizações decorrentes do Programa de Fiscalização por Sorteios.
A “Operação Geleira” – uma das maiores da PF realizadas até hoje no Nordeste – contou com 325 policiais federais de vários estados e 28 servidores da CGU, que deveriam cumprir 84 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão na capital e no interior do Piauí. A PF utilizou aviões e veículos descaracterizados para transportar os presos para Teresina. FONTE JORNAL PEQUENO

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

os candidatos aprovados no concurso C-05, de 2009, terão até o dia 20/01/2011 para apresentar a do - 12/01/2011 01:02:51

DIÁRIO OFICIAL Nº. 31830 de 11/01/2011
PREFEITURA MUNICIPAL DE URUARÁ
CONCURSO PÚBLICO C-05
EDITAL DE CONVOCAÇÃO 001/2011
O Prefeito de Uruará-Pa, CONVOCA os candidatos aprovados no concurso C-05, de 2009, para os cargos TECNICO CONTABIL, TECNICO EM ENFERMAGEM, OPERADOR DE RAIO X, ENGENHEIRO AGRONOMO, ODONTOLOGO, NUTRICIONISTA, BIOQUIMICO, ENFERMEIRO, VETERINARIO, AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS, GARI, MOTORISTA, SERVIÇO GERAIS, SERVENTE, VIGIA, AUXILIAR DE CONSULTORIO ODONTOLOGICO, SECRETARIO ESCOLAR, SUPERVISOR-ZONA URBANA, SUPERVISOR-ZONA RURAL, ORIENTADOR EDUCACIONAL, PROF. NIVEL SUPERIOR-EDUCAÇÃO FISICA, PROF. NIVEL SUPERIOR-CIENCIAS, PROF. NIVEL SUPERIOR-GEOGRAFIA, PROF. NIVEL SUPERIOR-HISTORIA, PROF. NIVEL SUPERIOR-LINGUA PORTUGUESA, PROF. NIVEL SUPERIOR-LINGUA ESTRAGEIRA - INGLES, PROF. NIVEL SUPERIOR-MATEMATICA,PROF. COM MAGISTÉRIO E FARMACEUTICO para que no prazo de 10 dias, a contar da publicação deste Edital apresentar a documentação até às 18:00hs do dia 20/01/2011, na sede da Prefeitura Municipal/Diretoria Geral de Recursos Humanos, sob pena de desistência do mesmo.    



fonte uruará em foco

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dilma Rousseff se emociona no primeiro discurso como presidente do Brasil

Sr. Presidente do Congresso Nacional, Senador José Sarney; Srs. Chefes de Estado e de Governo que me honram com as suas presenças; Sr. Vice-Presidente da República, Michel Temer; Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Marco Maia; Sr. Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Cezar Peluso; Srªs e Srs. Chefes das Missões Estrangeiras; Srªs e Srs. Ministros de Estado; Srªs e Srs. Governadores; Srªs e Srs. Senadores; Srªs e Srs. Deputados Federais; Srªs e Srs. Representantes da Imprensa; meus queridos brasileiros e brasileiras, pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.Sinto uma imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico dessa decisão. Sei, também, como é aparente a suavidade da seda verde amarela da faixa presidencial, pois ela traz consigo uma enorme responsabilidade perante a nação. Para assumi-la, tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração para receber neste momento uma centelha da sua imensa energia e sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa dessa ousadia do voto popular que após levar à Presidência um homem do povo, um trabalhador, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do País.Venho para abrir portas, para que muitas outras mulheres também possam, no futuro, ser Presidentas e para que, no dia de hoje, todas as mulheres brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher. Não venho para enaltecer a minha biografia, mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo, reitero, é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos.Venho, antes de tudo, para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este País já viveu nos tempos recentes.Venho para consolidar a obra transformadora do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva! Venho para consolidar a obra transformadora do Presidente Lula, com quem tive a mais vigorosa experiência política da minha vida e o privilégio de servir ao País a seu lado nesses últimos anos. De um Presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do País.
A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu Governo. Reconhecer, acreditar, investir na força do povo foi a maior lição que o Presidente Lula deixa para todos nós. Sob a sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da nossa história. Minha missão agora é consolidar essa passagem e avançar no caminho de uma Nação geradora das mais amplas oportunidades.Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do Presidente Lula nesses oito anos: nosso querido Vice-Presidente José Alencar!Que exemplo de coragem e amor à vida nos dá esse grande homem! E que parceria fizeram o Presidente Lula e o Vice-Presidente José Alencar pelo Brasil e pelo nosso povo! Eu e o Vice-Presidente, Michel Temer, sentimo-nos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles.Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, a seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes liderados pelo Presidente Lula, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje.Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional. Milhões de empregos estão sendo criados. Nossa taxa de crescimento mais que dobrou. Encerramos um longo período de dependência do Fundo Monetário Internacional, ao mesmo tempo em que superamos a nossa dívida externa. Reduzimos, sobretudo, a nossa dívida social, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média.Mas, em um País com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos caminhos e buscar sempre novas soluções. Só assim poderemos garantir aos que melhoraram de vida que eles podem alcançar mais e provar aos que ainda lutam para sair da miséria que eles podem, com a ajuda do Governo e de toda a sociedade, mudar de vida e de patamar. Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo, um País de classe média sólida e empreendedora, uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social, liberdade política e criatividade.Queridos brasileiros e queridas brasileiras, para enfrentar esses grandes desafios, é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui, mas, igualmente, agregar novas ferramentas e novos valores. Na política, é tarefa indeclinável e urgente uma reforma com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.Para dar longevidade ao atual ciclo de crescimento, é preciso garantir a estabilidade, especialmente a estabilidade de preços, e seguir eliminando as travas que ainda inibem o dinamismo da nossa economia, facilitando a produção e estimulando a capacidade empreendedora de nosso povo, da grande empresa até os pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura familiar.É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade. O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.Valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente. A competitividade da nossa agricultura e da nossa pecuária, que faz do Brasil grande exportador de produtos de qualidade para todos os continentes, merecerá toda a nossa atenção. Nos setores mais produtivos, a internacionalização de nossas empresas já é uma realidade.O apoio aos grandes exportadores não é incompatível com o incentivo, o desenvolvimento e o apoio à agricultura familiar e ao microempreendedor. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parcela dos empregos permanentes em nosso País. Merecerão políticas tributárias e de crédito perenes.Valorizar o desenvolvimento regional é outro imperativo de um País continental, sustentando a vibrante economia do Nordeste, preservando, desenvolvendo, respeitando a biodiversidade da Amazônia no Norte, dando condições à extraordinária produção agrícola do Centro-Oeste, à força industrial do Sudeste e à pujança e ao espírito de pioneirismo do Sul.É preciso, antes de tudo, criar condições reais, efetivas, capazes de aproveitar e potencializar ainda mais e melhor a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro.
No plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Esse é um passo decisivo e irrevogável para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população no período do Governo do Presidente Lula.É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovadora efetiva e integrada do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, o que é vontade expressa das famílias e da população brasileira.Queridos brasileiros e brasileiras, a luta mais obstinada do meu Governo será pela erradicação da pobreza extrema e pela criação de oportunidades para todos! Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do Presidente Lula, mas ainda existe pobreza a envergonhar nosso País e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido. Não vou descansar enquanto houver brasileiro sem alimento na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte!O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. É este o sonho que vou perseguir. Essa não é tarefa isolada de um Governo, mas um compromisso a ser abraçado por toda a nossa sociedade. Para isso peço com humildade o apoio das instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e das pessoas de bem. A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações. É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e de desenvolvimento regional. Isso significa, reitero, manter a estabilidade econômica como valor. Já faz parte, aliás, da nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que essa praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres. Continuaremos fortalecendo nossas reservas externas para garantir o equilíbrio das contas externas e bloquear, impedir a vulnerabilidade externa.
Atuaremos decididamente, nos fóruns multilaterais, na defesa de políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o País da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos. Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos, que sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção. Faremos um trabalho permanente e continuado para melhorar a qualidade do gasto público. O Brasil optou, ao longo de sua história, por construir um Estado provedor de serviços básicos e de previdência social pública. Isso significa custos elevados para toda a sociedade, mas significa também a garantia do alento da aposentadoria para todos e serviços de saúde e de educação universais. Portanto, a melhoria dos serviços públicos é também um imperativo de qualificação dos gastos governamentais. Outro fator importante da qualidade da despesa é o aumento dos níveis de investimento em relação aos gastos de custeio. O investimento público é essencial como indutor do investimento privado e como instrumento de desenvolvimento regional.Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento e do Programa Minha Casa, Minha Vida, manteremos o investimento sob estrito e cuidadoso acompanhamento da Presidência da República e dos Ministérios. O PAC continuará sendo um instrumento de coesão da ação governamental e coordenação voluntária dos investimentos estruturais dos Estados e Municípios; será também vetor de incentivo ao investimento privado, valorizando todas as iniciativas de constituição de fundos privados de longo prazo. Por sua vez, os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão concebidos de maneira a dar ganhos permanentes de qualidade de vida em todas as regiões envolvidas.Esse princípio vai reger também nossa política de transporte aéreo. É preciso, sem dúvida, melhorar e ampliar nossos aeroportos para a Copa e as Olimpíadas, mas é mais que necessário melhorá-los já, para arcar com o crescente uso desse meio de transporte por parcelas cada vez mais amplas da população brasileira. Queridas brasileiras e queridos brasileiros, junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu Governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.Nas últimas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental, porém é preciso melhorar a sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio. Para isso, vamos ajudar decididamente os Municípios a ampliar a oferta de creches e de pré-escolas. No ensino médio, além do aumento do investimento público, vamos estender a vitoriosa experiência do ProUni para o ensino médio e profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso dos professores e da sociedade com a educação das crianças e dos jovens. Somente com o avanço na qualidade do ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento. Queridas brasileiras e queridos brasileiros, consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu Governo. Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro. O SUS deve ter como meta a solução real do problema que atinge a pessoa que o procura com o uso de todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde. Vou usar, sim, a força do Governo Federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário. Vamos estabelecer parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS. A formação e a presença de profissionais de saúde, adequadamente distribuídos, em todas as regiões do País será outra meta essencial ao bom funcionamento do sistema.Queridas brasileiras e queridos brasileiros, a ação integrada de todos os níveis do Governo e a participação da sociedade são o caminho para a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras.Meu Governo fará um trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas em forte parceria com Estados e Municípios.O Estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de Governo, incluindo, quando necessário, a participação decisiva das Forças Armadas.O êxito dessa experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate, sem tréguas, ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento dos jovens. Buscaremos, também, uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente.Reitero meu compromisso de agir no combate às drogas, em especial ao avanço do crack, que desintegra a nossa juventude e infelicita as nossas famílias.O pré-sal é nosso passaporte para o futuro, mas só o será plenamente, queridas brasileiras e queridos brasileiros, se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental. A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação. Seu desenvolvimento será fator de valorização da empresa nacional e seus investimentos serão geradores de milhares de novos empregos.O grande agente dessa política foi e é a Petrobras, símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética e do petróleo.O meu Governo terá a responsabilidade de transformar a enorme riqueza obtida no pré-sal em poupança de longo prazo, capaz de fornecer às atuais e às futuras gerações a melhor parcela dessa riqueza, transformada, ao longo do tempo, em investimentos efetivos na qualidade dos serviços públicos, na redução da pobreza e na valorização do meio ambiente. Recusaremos o gasto apressado, que reserva às futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.Queridas brasileiras e queridos brasileiros, muita coisa melhorou no nosso País, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era, o despertar de um novo Brasil.
Recorro a um poeta da minha terra natal. Ele diz: “O que tem de ser tem muita força, tem uma força enorme”.Pela primeira vez, o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser uma nação desenvolvida, uma nação com a marca inerente também da cultura e do estilo brasileiro: o amor, a generosidade, a criatividade e a tolerância. Uma nação em que a preservação das reservas naturais e das suas imensas florestas, associada à rica biodiversidade e à matriz energética mais limpa do mundo permitem um projeto inédito de país desenvolvido com forte componente ambiental.O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática. Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu Governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e para a inovação como instrumento fundamental de produtividade e competitividade do nosso País. Mas o caminho para uma nação desenvolvida não está somente no campo econômico ou no campo do desenvolvimento econômico, pura e simplesmente. Ele pressupõe o avanço social e a valorização da nossa imensa diversidade cultural.
A cultura é a alma de um povo, essência de sua identidade. Vamos investir em cultura, ampliando a produção e o consumo em todas as regiões, expandindo a exportação de nossa música, cinema e literatura, signos vivos de nossa presença no mundo. Em suma, temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar, investindo fortemente nas áreas mais modernas e sofisticadas da invenção tecnológica, da criação intelectual e da produção artística e cultural. Justiça social, moralidade, conhecimento, invenção e criatividade devem ser, mais que nunca, conceitos vivos no dia a dia da nossa nação. Queridas brasileiras e queridos brasileiros, considero uma missão sagrada do Brasil a de mostrar ao mundo que é possível um país crescer aceleradamente sem destruir o meio ambiente. Somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, um País que sempre saberá crescer de forma saudável e equilibrada. O etanol, as fontes de energias hídricas terão grande incentivo, assim como as fontes alternativas: a biomassa, a eólica e a solar. O Brasil continuará também priorizando a preservação das reservas naturais e de suas imensas florestas.Nossa política ambiental favorecerá nossa ação nos fóruns multilaterais, mas o Brasil não condicionará sua ação ambiental ao sucesso e ao cumprimento, por terceiros, de acordos internacionais. Defender o equilíbrio ambiental do Planeta é um dos nossos compromissos nacionais mais universais.Meus queridos brasileiros e brasileiras, nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não intervenção, defesa dos direitos humanos e fortalecimento do multilateralismo. O meu Governo continuará engajado na luta contra a fome e a miséria no mundo. Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos, com nossos irmãos da América Latina e do Caribe, com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Preservaremos e aprofundaremos o relacionamento com os Estados Unidos e com a União Europeia.Vamos dar grande atenção aos países emergentes. O Brasil reitera com veemência e firmeza a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao nosso continente. Podemos transformar nossa região em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à Unasul.Vamos contribuir para a estabilidade financeira internacional com uma intervenção qualificada nos fóruns multilaterais.Nossa tradição de defesa da paz não nos permite qualquer indiferença frente à existência de enormes arsenais atômicos, à proliferação nuclear, ao terrorismo e ao crime organizado transnacional.Nossa ação política externa continuará propugnando pela reforma dos organismos de governança mundial, em especial às Nações Unidas e seu Conselho de Segurança.Queridas brasileiras e queridos brasileiros, disse, ao início desse discurso, que eu governarei para todos os brasileiros e brasileiras e vou fazê-lo.Mas é importante lembrar que o destino de um país não se resume à ação de seu governo. Ele é o resultado do trabalho e da ação transformadora de todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que juntos fizermos por ele hoje, do tamanho da participação de todos e de cada um, dos movimentos sociais, dos que labutam no campo, dos profissionais liberais, dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores, dos intelectuais, dos servidores públicos, dos empresários, das mulheres, dos negros, dos índios, dos jovens, de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação.Quero estar ao lado dos que trabalham pelo bem do Brasil na solidão amazônica, no semiárido nordestino e em todos os seus rincões, na imensidão do Cerrado, na vastidão dos Pampas.Quero estar ao lado dos que vivem nos aglomerados metropolitanos, na vastidão das florestas, no interior ou no litoral, nas capitais e nas fronteiras do Brasil.Quero convocar todos a participar do esforço de transformação do nosso País. Respeitada a autonomia dos Poderes e o princípio federativo, quero contar com o Legislativo e o Judiciário e com a parceria de Governadores e Prefeitos, para continuarmos desenvolvendo nosso País, aperfeiçoando nossas instituições e fortalecendo nossa democracia.Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais, da liberdade de culto e de religião, da liberdade de imprensa e de opinião. Reafirmo o que disse, ao longo da campanha, que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem como eu e tantos outros da minha geração lutamos contra o arbítrio, a censura e a ditadura, somos naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos.O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são os elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa Nação.Eu e meu Vice-Presidente, Michel Temer, fomos eleitos por uma ampla coligação partidária. Estamos construindo com eles um Governo, onde capacidade profissional, liderança e a disposição de servir ao País serão os critérios fundamentais.
Mais uma vez, estendo minha mão aos partidos de oposição e às parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. Não haverá de minha parte e do meu Governo discriminação, privilégios ou compadrio.
A partir deste momento, sou a Presidenta de todos os brasileiros.A partir deste momento, sou a Presidenta de todos os brasileiros sob a égide dos valores republicanos. Serei rígida na defesa do interesse público; não haverá compromisso com o desvio e o mal feito; a corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para atuarem com firmeza e autonomia. Queridas brasileiras e queridos brasileiros, chegamos ao final deste longo discurso. Queria dizer a vocês que eu dediquei toda a minha vida à causa do Brasil. Entreguei, como muitos aqui presentes, minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas, infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tão pouco não tenho ressentimento ou rancor. Muitos da minha geração que tombaram pelo caminho não podem compartilhar a alegria deste momento. Divido com eles esta conquista e rendo-lhes minha homenagem.Esta, às vezes, dura caminhada me fez valorizar e amar muito mais a vida e me deu, sobretudo, coragem para enfrentar desafios ainda maiores. Recorro, mais uma vez, ao poeta da minha terra: O correr da vida [diz ele] embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,sossega e depois desinquieta.O que ela quer da gente é coragem. É com essa coragem que vou governar o Brasil. Mas mulher não é só coragem, é carinho também; carinho que dedico à minha filha e ao meu neto, carinho com que abraço a minha mãe, que me acompanha e me abençoa. É com esse imenso carinho que quero cuidar do meu povo e a ele dedicar os próximos anos da minha vida.
Que Deus abençoe o Brasil! Que Deus abençoe a todos nós! E que tenhamos paz no mundo!Da Redação / Agência Senado

Aprovação popular de Lula é a maior do mundo, aponta pesquisa Sensus

 
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encerra oito anos de governo com 87% de aprovação, é a maior do mundo, afirmou nesta quarta-feira (29) o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade.
Segundo Andrade, Lula está à frente da ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que tinha 84% de aprovação quando deixou o governo, e do ex-mandatário uruguaio Tabaré Vázquez, que teve 80% ao final do mandato.
O presidente da CNT também comparou o desempenho de Lula com líderes mundiais históricos, entre os quais o primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela (82% de aprovação), o ex-presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (66%), e o general francês Charles De Gaulle (55%).
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), antecessor de Lula, tinha 26% de aprovação após dois mandatos, segundo levantamento da CNT/Sensus de 2001.
A avaliação da popularidade de Lula é resultado da 110ª edição da pesquisa CNT/Sensus, para a qual foram entrevistadas duas mil pessoas, em 136 municípios de 24 estados, entre os dias 23 e 27 de dezembro de 2010. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo o levantamento, a aprovação do desempenho pessoal do presidente está em 87%, contra 80,7% da pesquisa anterior. Cerca de 10,7% dos entrevistados desaprovam o presidente e 2,4% não responderam.
Ainda que a aprovação pessoal e do governo Lula sejam recordes, a saúde é apontada como a única variável que piorou nos últimos seis meses por 37% dos entrevistados.
Em sentido contrário, a geração de emprego é apontada como índice que melhorou por 63,7% dos entrevistados. As políticas voltadas à educação e à segurança pública nos últimos também foram apontadas como positivas por 43,3% e 38,1%, respectivamente.
Do ponto de vista econômico, o Brasil “desenvolveu muito” para 63,9% daqueles que responderam à pesquisa, “desenvolveu um pouco” para 30,4% e “não desenvolveu” para 3,7%. Quando considerados os programas e políticas sociais, o governo “desenvolveu muito” para 57,8%, “desenvolveu um pouco” para outros 35,6% e “não desenvolveu” para 4,1%.
“A popularidade (de Lula e do governo) é impulsionada muito pela situação econômica, geração de empregos”, afirmou Andrade.

POSSE DE DILMA E A REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

A cerimônia de posse de Dilma Rousseff ainda não havia nem sido concluída e grandes veículos de comunicação internacionais já repercutiam o fato de o Brasil ter uma nova governante, neste sábado.
O site da emissora americana CNN disse que a primeira mulher presidente do Brasil assumiu o cargo em meio a aplausos e lágrimas de seus simpatizantes, “muitos dos quais seguiram sua ascensão de defensora da liberdade brutalmente perseguida nos anos 60 a líder de seu País”. Além disso, o veículo afirmou que Dilma discursou que sentia o peso histórico de sua gestão, que chega quase 41 anos depois de ter sido presa e torturada durante a ditadura.
Enquanto isso, a versão online do jornal Wall Street Journal afirmou que Dilma tem um currículo extenso, que inclui “guerrilheira de esquerda, prisioneira política e sobrevivente de câncer”, apesar de ter sido a primeira vez que concorreu em uma eleição. O veículo disse ainda que a nova presidente tem muitos desafios pela frente, incluindo a valorização recente do real diante do dólar, o que prejudica as exportações e torna os produtos importados mais competitivos.
Já o jornal argentino El Clarín disse que Dilma foi peça fundamental do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e se tornou a primeira mulher presidente no País, ao receber a faixa presidencial de seu antecessor, que “sai de cena com uma popularidades sem precedentes”.
Na Europa, o periódico francês Le Monde afirmou que a petista foi “escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo” e que conquistou os brasileiros com promesas de continuidade política, diplomática, econômica e social.
O espanhol El País, por sua vez, disse que havia muita especulação entre o público presente sobre como a posse se desenrolaria e que Dilma não se esqueceu de falar sobre os menos favorecidos. “A ex-guerrilheira, que fez alusão a sua biografia, não se esqueceu dos ‘menos favorecidos’, nos quais se centrará boa parte de sua ação de governo, nem de seu antecessor e mentor político, o popular Luiz Inácio Lula da Silva, cuja apenas a menção arrancou aplausos enérgicos na Câmara”, afirmou.
Na Bulgária, a agência Novinite destacou, mais uma vez, que Dilma é filha de imigrante búlgaro, afirmando que a “chuva torrencial” em Brasília não conseguiu abalar a cerimônia de posse, enquanto “milhares de pessoas” se exaltaram com a chegada da presidente eleita.
Retirado do site http://noticias.terra.com.br