É por meio da asfixia econômica que se pretende calar as vozes dissonantes que vêm, neste momento, denunciando o golpe no país.
Mais um capítulo da campanha do oligopólio midiático contra a mídia alternativa. A batalha “David contra Golias”, conforme cunhou o professor Venício Lima, parece não ter fim.
Na última semana, em uma série de reportagens assinadas pelo jornalista Fernando Rodrigues, o Portal UOL divulgou os números da publicidade federal nos veículos de comunicação.
O destaque dado às manchetes fala por si:
“Em 2015, ano de cortes, publicidade para mídia alternativa cresceu 40%” (UOL, 06.07.2016), “Governo cortou R$ 206 milhões em publicidade da TV Globo em 2015” (UOL, 06.07.2016) e “Dilma cortou R$ 591,5 milhões do gasto com propaganda federal em 2015” (UOL, 06.05.2016).
As cifras da SECOM, também:
Apesar da queda em 24,1% dos investimentos em publicidade (de R$ 2,4 bilhões em 2014 passou a R$ 1,8 bilhão em 2015), os valores destinados ao oligopólio impressionam.
Gasta-se uma fortuna em recursos públicos no financiamento de um pequeno grupo de empresas.
Um oligopólio que, em uníssono, reverbera o mesmo discurso, fortemente partidário e comprometido com os interesses de uma minoria da população, a elite econômica e financeira do país.
Vide o golpe armado, do qual são protagonistas.
Por outro lado, considerando as cifras em jogo, investiu-se uma parte irrisória com publicidade em dezesseis veículos da mídia alternativa. Uma mídia que dialoga com parcela expressiva da população brasileira: aquela que vem votando em governos progressistas desde 2002.
Segundo dados da SECOM, em 2015, dezesseis sites e blogs progressistas receberam investimentos da ordem de R$ 10 milhões em publicidade do Governo Federal. Entre 2000 e abril de 2016, a soma desses investimentos totalizou R$ 61,7 milhões (confira a tabela do UOL).
Vale destacar que essas mídias pagam comissão de 20% para as agências de publicidade, portanto, na verdade, o valor líquido recebido foi de R$ 49,3 milhões, em dezessete (17) anos, ou seja, entre 2000 e abril de 2016, considerando os dados da matéria do UOL.
Com esses números em mente, vejamos as cifras dos repasses à oligarquia midiática brasileira:
Portais e jornais
Nos últimos 17 anos, o total investido em apenas sete portais da mídia oligárquica - UOL, G1, Terra, iG, MSN, R7, Yahoo! – chegou a R$ 531,9 milhões. Em 2015, esses sete portais receberam R$ 71,2 milhões (confira a tabela do UOL)
Impressiona, também, o valor da publicidade gasta nos quatro principais jornalões do país cujo discurso, francamente, é de um alinhamento partidário impecável. Basta ver as estatísticas do Manchetômetro, a ferramenta que mostra quão partidária é a imprensa brasileira.
Em 2015, a Folha de S. Paulo contou com R$ 13,6 milhões (R$ 5,5 milhões apenas no online) em contratos de publicidade; O Globo, R$ 12,8 milhões (R$ 3,7 milhões no online); O Estadão, R$ 10,8 milhões (R$ 3,4 milhões no online); e o Valor Econômico, R$ 9 milhões (R$ 1,1 milhão no online).
Se fosse possível comparar, poderíamos dizer que o pensamento único expresso, muitas vezes com as mesmas manchetes, pelos jornais Estadão, Folha e Globo, recebeu dos cofres públicos R$ 37,2 milhões. Esse valor equivale ao triplo do que recebeu o pluralismo político (artigo 1º, item V, da CF) garantido pelos dezesseis veículos da mídia alternativa. Leia mais
Por: Carta Maior
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