sexta-feira, 28 de abril de 2017
MARABÁ: MANIFESTANTES FAZEM ATO CONTRA AS REFORMAS DE TEMER
Depois de se concentrarem em frente ao prédio do INSS, em Marabá, na entrada do Núcleo Cidade Nova, manifestantes marcharam pela Rodovia Transamazônica e de lá seguiram pelo aterro que dá acesso à Marabá Pioneira. Universitários, sindicalistas, servidores públicos e principalmente integrantes de movimentos sociais encabeçaram a greve geral desta sexta-feira (28), que ocorre em todo o Brasil e cujo objetivo principal é protestar contra a reforma da Previdência e as mudanças nas leis trabalhistas propostas pelo governo de Michel Temer.
O protesto de Marabá, que aderiu ao calendário nacional de paralisação é encabeçado pelo Fórum em Defesa da Previdência e dos Direitos Trabalhistas, para o qual o presidente Michel Temer é ilegítimo e, atendendo a interesses de banqueiros e grandes corporações, quer fazer o trabalhador pobre pagar a fatura da crise.
“As reformas significam acabar com a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) fazendo com que não exista mais direitos básicos como a jornada de trabalho e salário mínimo. Além disso, a aposentadoria ficará cada vez mais distante e a previdência social será desmontada”, diz nota do Fórum em Defesa da Previdência e dos Direitos Trabalhistas.
(Chagas Filho)
Fonte: Marabá Notícias
Trabalhadores realizam vários protestos em Belém. Veja pontos
Trabalhadores que participam da greve geral no Pará realizam uma caminhada na avenida Nazaré na manhã desta sexta-feira (28). A mobilização deve ser encerrada em São Brás com um grande ato contra as reformas da Previdência e Trabalhista, propostas pelo governo federal, e discutidas no Congresso Nacional. Os protestos também são realizados em outros pontos da cidade, como na avenida Almirante Barros e rodovia BR-316. A Polícia Militar não soube informar quantas pessoas estão envolvidas nos atos.
Veja os pontos de protestos:
1) Almirante Barroso, próximo a travessa Humaitá
2) Alça Viária fechada no quilômetro 10
3) BR-316 fechada em Marituba, sentido Marituba- Belém
4) Mercado de São Brás, um ônibus interrompe o trânsito no sentido São Brás - Entroncamento
5) Arthur Bernardes na altura do Terminal Petroquímico de Miramar.
6 ) Avenida Augusto Montenegro com a Centenário
7) Avenida Augusto Montenegro, em frente a Seduc
Em Belém, sete centrais sindicais - Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Força Sindical (FS), Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora (Intersindical) e Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) - estão unidas na organização da paralisação, além de dezenas de sindicatos e entidades.
As entidades pretendem, primeiramente, garantir a paralisação nos locais de trabalho. Por isso, desde as primeiras horas de hoje, piquetes e fechamento de ruas e rodovias são prioridades para as entidades. A concentração foi realizada na praça da República, no centro da cidade. Leia Mais
Fonte: ORM
Veja os pontos de protestos:
1) Almirante Barroso, próximo a travessa Humaitá
2) Alça Viária fechada no quilômetro 10
3) BR-316 fechada em Marituba, sentido Marituba- Belém
4) Mercado de São Brás, um ônibus interrompe o trânsito no sentido São Brás - Entroncamento
5) Arthur Bernardes na altura do Terminal Petroquímico de Miramar.
6 ) Avenida Augusto Montenegro com a Centenário
7) Avenida Augusto Montenegro, em frente a Seduc
Em Belém, sete centrais sindicais - Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Força Sindical (FS), Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora (Intersindical) e Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) - estão unidas na organização da paralisação, além de dezenas de sindicatos e entidades.
As entidades pretendem, primeiramente, garantir a paralisação nos locais de trabalho. Por isso, desde as primeiras horas de hoje, piquetes e fechamento de ruas e rodovias são prioridades para as entidades. A concentração foi realizada na praça da República, no centro da cidade. Leia Mais
Fonte: ORM
BRASIL AMANHECE EM GREVE GERAL CONTRA AS REFORMAS DE TEMER
Noi Rio de Janeiro, trabalhadores bloqueiam a Linha Vermelha
São Paulo – Capitais e principais cidades do país amanheceram paralisadas nesta sexta-feira (28), dia da greve geral convocada pelas frentes populares em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer. Em São Paulo, linhas do metrô, ônibus e trens não circulam – com exceção da Linha 4 do metrô, que funciona normalmente. Estradas que dão acesso à cidade e avenidas foram trancadas.
Na Marginal Tietê, as pistas central e expressa foram bloqueadas na altura da Rodoviária Tietê. As avenidas Francisco Morato, Do Estado e Tiradentes (centro) também estão bloqueadas. O mesmo ocorre nas avenidas Nações Unidas, Francisco Matarazzo, Faria Lima e João Dias.
Avenida Nove de Julho, centro de São Paulo
Na avenida Giovanni Gronchi, na zona sul de São Paulo, o MTST realizou um trancaço por volta das 5h
As rodovias Anhanguera (na região de Jundiaí, sentido São Paulo), Dutra (em Guarulhos e São José dos Campos), Régis Bittencourt (em Taboão da Serra e Embú das Artes), Anchieta (sentido litoral), Cônego Domênico Rangoni (no litoral sul), também estão bloqueadas.
No Rio, manifestantes trancaram a ponte Rio-Niterói. Belo Horizonte amanheceu sem metrô.
Ponte Rio-Niterói está bloqueada nos dois sentidos por manifestantes, no vão central
Em Porto Alegre, foram realizados bloqueios na avenida Baltazar Oliveira Garcia, na Zona Norte; na Avenida Mauá, no Centro; na Ponte do Guaíba, na BR-290; e na Bento Gonçalves, na Zona Leste. Ônibus e trens não operam.
Em Santa Catarina, Blumenau e Florianópolis amanheceram sem ônibus. Motoristas e cobradores também pararam nas cidades paulistas de São José dos Campos, Jacareí, Bauru, Sorocaba, região do ABCD e Guarulhos. O mesmo ocorre em Salvador Recife, Fortaleza e Curitiba. Em Natal e Campo Grande a paralisação do transporte público é parcial. João Pessoa está sem ônibus e trens e com avenidas fechadas, bloqueando acesso à região metropolitana.
Fonte: RBA
UNIDADE DE MOVIMENTOS POPULAR E SINDICAL PODE LEVAR Á MAIOR GREVE DA HISTÓRIA,DIZ CMP
“A novidade é que os movimentos populares estão fortemente engajados na construção dessa greve”, afirma Raimundo Bonfim, da Frente Brasil Popular e da Central de Movimentos Populares
A novidade dessa greve é que os movimentos populares e sociais estão fortemente engajados na sua construção
São Paulo – Dirigentes e ativistas da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular acreditam que a greve geral desta sexta-feira (28) será possivelmente a maior greve da história do Brasil. Para Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, o que dá uma dimensão inédita a essa greve é a coesão e unidade de amplos setores sociais e populares.
“Além do engajamento do movimento sindical, que tem a tarefa de parar a produção e circulação das riquezas e pessoas, é uma greve que vai ter muitas ações desenvolvidas por movimentos sociais e populares. Existe uma forte unidade dos movimentos popular e sindical, das centrais sindicais, das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Isso nos dá segurança para afirmar que será a maior greve da história do Brasil”, diz.
Bonfim avalia como fato novo da greve deste dia 28 a organização, o apoio e as ações relacionadas ao movimento extrapolarem os sindicatos. “Tem muita gente que acha que a greve é uma tarefa só do movimento sindical, e a novidade dessa greve é que os movimentos populares e sociais estão fortemente engajados na sua construção.”
Ele atribui a perspectiva de greve histórica porque ela é desencadeada por ataques a direitos que envolvem toda a sociedade, resumidos e simbolizados pelas reformas trabalhista, da Previdência e a terceirização. Aliado a isso, há o enorme descontentamento com o governo Michel Temer (que tem menos de 5% de aprovação) e o Congresso Nacional, com sua atuação “antipovo e contra o trabalhador”.
De acordo com o ativista da CMP, vários tipos de ações serão promovidas pelos movimentos em apoio à greve. “Essas ações vão desde acampamentos e ocupações, até travamentos de vias e rodovias, com os manifestantes munidos de cartazes e faixas contra as reformas.” Elas começam à zero hora e vão até o final da manhã de sexta-feira. Serão desencadeadas cerca de 22 ações nos bairros, principalmente na capital, apenas de grupos ligados à central.
CMP
Raimundo Bonfim
Sentimento da população é de que haverá a greve geral, diz Bonfim
Sentimento da população
Raimundo Bonfim diz que a receptividade da população tem sido positiva, depois de uma semana de intensa distribuição de panfletos e material nos bairros e locais estratégicos, como o metrô. “A greve está sendo discutida mesmo pelas pessoas que têm alguma contrariedade. Existe de fato um sentimento da população de que haverá essa greve geral no Brasil.”
Em São Paulo, as manifestações terão oposição considerável dos poderes constituídos. “Aqui na capital você tem três governos aliados comprometidos com as reformas e retirada de direitos dos trabalhadores, que são (o presidente) Michel Temer, (o governador) Geraldo Alckmin e (o prefeito) João Doria. Mas estamos bastante organizados e otimistas e teremos o apoio da população para nossas ações”, avisa. “Vamos manifestar de forma tranquila e pacífica, de acordo com o direito de manifestação garantido pela Constituição.”
Alckmin afirmou que Metrô e CPTM terão funcionários para operar os trens. Além disso, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou, liminarmente, multa de R$ 937 mil para cada sindicato do sistema de transporte que participar da greve geral.
“Não é a primeira vez. No dia 15 de março também instituíram multa. Acho que a categoria vai manter a greve e essa multa vai ser derrubada”, diz Raimundo Bonfim. “As pessoas se manifestarem é um direito, assim como o direito de greve.”
Fonte: RBA
quarta-feira, 26 de abril de 2017
NA BASE,CRESCE APOIO DA IGREJA Á GREVE GERAL
Faltando três dias para a greve geral em defesa dos direitos dos trabalhadores, lideranças da Igreja Católica têm multiplicado gestos que confirmam um engajamento cada vez maior no apoio a mobilização marcada para 28 de abril. Ao lado das palavras cuidadosas de dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, em entrevista publicada no site da CNBB, manifestando simpatia aberta pelas reivindicações mas sem assumir a assumir o compromisso formal de apoio a greve, uma parcela crescente da hierarquia católica têm contribuído para ampliar a resistência popular contra mudanças que ameaçam direitos e conquistas históricas da população.
Na mais recente manifestação, na tarde de ontem, as Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus divulgaram em São Paulo um comunicado no qual informam com todas as letras "nossa adesão à paralização nacional a ser realizada no dia 28 de abril," em apoio às reivindicações "contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e o Projeto de Terceirização aprovado pela Câmara de Deputados, " pontos que sintetizam o cada vez mais precário equilíbrio do governo Temer. Não é só. Quem se der ao trabalho de assistir e compartilhar os vídeos gravados por dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, dom Manoel Delson, arcebispo de Campina Grande, e dom Gilberto Pastana, do Crato, que convocam a população a participar da greve geral desta sexta-feira, terá oportunidade de testemunhar um momento particular.
É preciso retornar aos livros que relatam os momentos mais duros da resistência a ditadura militar de 1964 para encontrar um engajamento tão profundo da hierarquia católica numa questão que ocupa o centro do debate político e exprime o difícil . No mais tradicional evento do universo católico, as missas de domingo, a pregação de padres contra as reformas da agenda Temer-Meirelles tornou-se assunto obrigatório, o que têm preocupado as lideranças do governo -- receosas da conta a ser cobrada pelo eleitorado -- como o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que chegou a discutir o assunto com o presiden
O desastrado convite levado por João Dória ao Papa Francisco para um encontro de Sua Santidade com Temer explica-se neste contexto. Integrado à linhagem conservadora católica que chega a Opus Dei, adversária frontal do Papa e das mudanças que têm promovido na Igreja, Temer dispõe de inúmeros instrumentos de negociação e mesmo de pressão do Estado brasileiro para fazer tratativas com o Vaticano. Já a negativa de Francisco à oferta se compreende pelo momento político -- ainda que o sentido seja oposto. Com um reconhecido sentido político, o papa não pretende tomar qualquer iniciativa que possa servir de conforto a uma causa que considera prejudicial as maiorias.
"Tenho muita experiência na luta popular," afirma Gilberto Carvalho. Formado em círculos operários católicos antes de se tornar uma liderança do Partido dos Trabalhadores e ministro dos governos Lula e Dilma, ele disse ao 247 que "em tempos recentes não me lembro da Igreja mostrar um engajamento tão pesado." Há duas semanas, esse engajamento assumiu um caráter mais organizado. Numa conversa que durou 40 minutos, dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, recebeu as principais lideranças da greve geral, num conjunto que foi da CUT à Comlutas, o MST e o MTST, além da CTB. "A postura de dom Leonardo foi de acolhimento," resume um dos presentes.
Na década de 1970, quando a Igreja passou a se opor à mesma ditadura que havia ajudado a construir em 1964 através das Marchas com Deus pela Família e pela Liberdade, peça fundamental do golpe que derrubou João Goulart, a ruptura ocorreu em função de uma prática intolerável -- a tortura e execução de presos políticos. Foi a partir da denuncia incansável destes crimes que, numa sequência de atos de grande coragem, dom Paulo Evaristo Arns e outras lideranças uniram-se ao movimento operário, à luta dos estudantes e da população carente para colocar o regime contra a parede, forçando a porta de saída. No Brasil de 2016-2017, não se cometeu o mesmo erro de meio século atrás.
Em tom moderado, mas com palavras firmes, a CNBB condenou o golpe contra Dilma, já na fase de preparativos. Em abril, logo depois que, num domingo tenebroso, a Câmara de Deputados aprovou o afastamento da presidente, o Premio Nobre da Paz Adolfo Perez Esquivel, uma espécie de embaixador moral do Vaticano de Francisco, esteve no país para trazer uma mensagem. Denunciou o "golpe branco" -- querendo dizer que, mesmo sem derramamento de sangue nem tanques nas rua, havia ocorrido uma ruptura institucional grave e inaceitável.
Parte da postura da hierarquia da Igreja diante da greve geral pode ser explicada pela pequena revolução interna que o Papa Francisco tem promovido desde que foi escolhido para o lugar de Bento XVI. Primeiro papa com uma atuação indiscutivelmente progressista desde o fim do pontificiado de João XXIII, encerrado em 1963, a simples escolha de Jorge Mario Bergoglio implicou num fato relevante para o que se vê nos dias de hoje, na eterna disputa política que também marca a vida cotidiana de padres e bispos brasileiros. Sua candidatura foi pavimentada pela derrota acachapante da facção ultra-conservadora do clero, que tentou suas chances com o nome de dom Odilo Scherer, cardeal de São Paulo, descartado logo na primeira rodada.
Quatro anos depois, Francisco é uma liderança reconhecida como poucas num mundo que não cessa de produzir manifestações cada vez mais frequentes de desgoverno. Tem um papel inegável, dentro e fora da Igreja, por sua capacidade de expressar as angústias e o sofrimento daquela imensa parcela da humanidade excluída da globalização e cotidianamente abandonada pelos profetas mais festejados do mercado e do Estado Mínimo.
Entre muitos outros efeitos, a presença de Francisco no Vaticano funciona como uma "cobertura moral e eclesiástica" -- a definição é de Gilberto Carvalho -- para o engajamento da CNBB ao lado dos sindicatos, que inclui até a assinatura de uma nota conjunta, divulgada em 19 de abril, ao lado da OAB e do Conselho Nacional de Economistas, fato raro em sua história. Dizendo que a "sociedade brasileira deve estar atenta as ameaças de retrocesso," as três entidades dão um destaque particular ao projeto de reforma da Previdência, dizendo que "não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população".
A causa principal desse comportamento é interna. Envolve o desempenho ruinoso do governo Temer, sintetizado pela implacável rejeição de 79% dos brasileiros. Mais uma vez na visão de Gilberto Carvalho, é "a radicalidade das mudanças que Temer quer impor " que explica o engajamento firme da CNBB. Mesmo num país já desigual e com tantas carências como o Brasil, maioria da população corre o risco de ser submetidas a degraus ainda mais dolorosos de sofrimento e incertezas.
Nesta situação, é compreensível que, além de abrir as portas das igrejas e diversas entidades religiosas para o descontentamento e as reivindicações populares, os próprios líderes católicos tenham assumido a tarefa de convocar as mobilizações. Nesse caminho, em seu vídeo o arcebispo de Maringá Anuar Battisti apela à população para "participar do dia 28 e gritar pela dignidade." Diz que os fiéis devem colocar o ato "na agenda e não deixar de erguer sua voz para contestar." Caso contrário, acrescenta, "o prejuízo ficará para todos."
Já Dom Manoel Delson, de Campina Grande, usa o vídeo para fazer a discussão de fundo sobre a Previdência. Não só questiona a necessidade de mudanças no sistema público de aposentadorias. Ainda recorda que, caso fosse mesmo preciso fazer alterações na Previdência, seria preciso atingir os benefícios de quem ganha altos salários e embolsa pensões integrais, mas "a reforma nada diz sobre isso."
O teste definitivo sobre a intensidade desse apoio a greve geral será feito a partir da manhã de quarta-feira, 26, quando será aberta a Assembléia Geral da CNBB, em Aparecida, São Paulo. Elaborada há um ano, a pauta do encontro prevê um debate sobre Conjuntura Nacional, que irá abrir para espaço para discussão sobre o dia 28 e seus desdobramentos. Pode-se prever -- o que
é natural num evento desse tipo -- uma ofensiva das lideranças alinhadas com o governo Temer, que receberá espaço e atenção junto a mídia amiga. O efeito real sobre as três centenas de bispos que estarão reunidos é bem menos provável. "O que está sendo feito agora por padres e bispos reflete o sentimento médio da Igreja hoje," disse ao 247 um médico que já completou meio século de militância em círculos católicos. Ainda que provoquem questionamentos internos, as resoluções cotidianas da CNBB não são decisões tomadas no vazio, mas refletem a postura de seu Conselho-Geral, com 48 integrantes.
Fonte:Brasil247
Na mais recente manifestação, na tarde de ontem, as Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus divulgaram em São Paulo um comunicado no qual informam com todas as letras "nossa adesão à paralização nacional a ser realizada no dia 28 de abril," em apoio às reivindicações "contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e o Projeto de Terceirização aprovado pela Câmara de Deputados, " pontos que sintetizam o cada vez mais precário equilíbrio do governo Temer. Não é só. Quem se der ao trabalho de assistir e compartilhar os vídeos gravados por dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, dom Manoel Delson, arcebispo de Campina Grande, e dom Gilberto Pastana, do Crato, que convocam a população a participar da greve geral desta sexta-feira, terá oportunidade de testemunhar um momento particular.
É preciso retornar aos livros que relatam os momentos mais duros da resistência a ditadura militar de 1964 para encontrar um engajamento tão profundo da hierarquia católica numa questão que ocupa o centro do debate político e exprime o difícil . No mais tradicional evento do universo católico, as missas de domingo, a pregação de padres contra as reformas da agenda Temer-Meirelles tornou-se assunto obrigatório, o que têm preocupado as lideranças do governo -- receosas da conta a ser cobrada pelo eleitorado -- como o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que chegou a discutir o assunto com o presiden
O desastrado convite levado por João Dória ao Papa Francisco para um encontro de Sua Santidade com Temer explica-se neste contexto. Integrado à linhagem conservadora católica que chega a Opus Dei, adversária frontal do Papa e das mudanças que têm promovido na Igreja, Temer dispõe de inúmeros instrumentos de negociação e mesmo de pressão do Estado brasileiro para fazer tratativas com o Vaticano. Já a negativa de Francisco à oferta se compreende pelo momento político -- ainda que o sentido seja oposto. Com um reconhecido sentido político, o papa não pretende tomar qualquer iniciativa que possa servir de conforto a uma causa que considera prejudicial as maiorias.
"Tenho muita experiência na luta popular," afirma Gilberto Carvalho. Formado em círculos operários católicos antes de se tornar uma liderança do Partido dos Trabalhadores e ministro dos governos Lula e Dilma, ele disse ao 247 que "em tempos recentes não me lembro da Igreja mostrar um engajamento tão pesado." Há duas semanas, esse engajamento assumiu um caráter mais organizado. Numa conversa que durou 40 minutos, dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, recebeu as principais lideranças da greve geral, num conjunto que foi da CUT à Comlutas, o MST e o MTST, além da CTB. "A postura de dom Leonardo foi de acolhimento," resume um dos presentes.
Na década de 1970, quando a Igreja passou a se opor à mesma ditadura que havia ajudado a construir em 1964 através das Marchas com Deus pela Família e pela Liberdade, peça fundamental do golpe que derrubou João Goulart, a ruptura ocorreu em função de uma prática intolerável -- a tortura e execução de presos políticos. Foi a partir da denuncia incansável destes crimes que, numa sequência de atos de grande coragem, dom Paulo Evaristo Arns e outras lideranças uniram-se ao movimento operário, à luta dos estudantes e da população carente para colocar o regime contra a parede, forçando a porta de saída. No Brasil de 2016-2017, não se cometeu o mesmo erro de meio século atrás.
Em tom moderado, mas com palavras firmes, a CNBB condenou o golpe contra Dilma, já na fase de preparativos. Em abril, logo depois que, num domingo tenebroso, a Câmara de Deputados aprovou o afastamento da presidente, o Premio Nobre da Paz Adolfo Perez Esquivel, uma espécie de embaixador moral do Vaticano de Francisco, esteve no país para trazer uma mensagem. Denunciou o "golpe branco" -- querendo dizer que, mesmo sem derramamento de sangue nem tanques nas rua, havia ocorrido uma ruptura institucional grave e inaceitável.
Parte da postura da hierarquia da Igreja diante da greve geral pode ser explicada pela pequena revolução interna que o Papa Francisco tem promovido desde que foi escolhido para o lugar de Bento XVI. Primeiro papa com uma atuação indiscutivelmente progressista desde o fim do pontificiado de João XXIII, encerrado em 1963, a simples escolha de Jorge Mario Bergoglio implicou num fato relevante para o que se vê nos dias de hoje, na eterna disputa política que também marca a vida cotidiana de padres e bispos brasileiros. Sua candidatura foi pavimentada pela derrota acachapante da facção ultra-conservadora do clero, que tentou suas chances com o nome de dom Odilo Scherer, cardeal de São Paulo, descartado logo na primeira rodada.
Quatro anos depois, Francisco é uma liderança reconhecida como poucas num mundo que não cessa de produzir manifestações cada vez mais frequentes de desgoverno. Tem um papel inegável, dentro e fora da Igreja, por sua capacidade de expressar as angústias e o sofrimento daquela imensa parcela da humanidade excluída da globalização e cotidianamente abandonada pelos profetas mais festejados do mercado e do Estado Mínimo.
Entre muitos outros efeitos, a presença de Francisco no Vaticano funciona como uma "cobertura moral e eclesiástica" -- a definição é de Gilberto Carvalho -- para o engajamento da CNBB ao lado dos sindicatos, que inclui até a assinatura de uma nota conjunta, divulgada em 19 de abril, ao lado da OAB e do Conselho Nacional de Economistas, fato raro em sua história. Dizendo que a "sociedade brasileira deve estar atenta as ameaças de retrocesso," as três entidades dão um destaque particular ao projeto de reforma da Previdência, dizendo que "não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população".
A causa principal desse comportamento é interna. Envolve o desempenho ruinoso do governo Temer, sintetizado pela implacável rejeição de 79% dos brasileiros. Mais uma vez na visão de Gilberto Carvalho, é "a radicalidade das mudanças que Temer quer impor " que explica o engajamento firme da CNBB. Mesmo num país já desigual e com tantas carências como o Brasil, maioria da população corre o risco de ser submetidas a degraus ainda mais dolorosos de sofrimento e incertezas.
Nesta situação, é compreensível que, além de abrir as portas das igrejas e diversas entidades religiosas para o descontentamento e as reivindicações populares, os próprios líderes católicos tenham assumido a tarefa de convocar as mobilizações. Nesse caminho, em seu vídeo o arcebispo de Maringá Anuar Battisti apela à população para "participar do dia 28 e gritar pela dignidade." Diz que os fiéis devem colocar o ato "na agenda e não deixar de erguer sua voz para contestar." Caso contrário, acrescenta, "o prejuízo ficará para todos."
Já Dom Manoel Delson, de Campina Grande, usa o vídeo para fazer a discussão de fundo sobre a Previdência. Não só questiona a necessidade de mudanças no sistema público de aposentadorias. Ainda recorda que, caso fosse mesmo preciso fazer alterações na Previdência, seria preciso atingir os benefícios de quem ganha altos salários e embolsa pensões integrais, mas "a reforma nada diz sobre isso."
O teste definitivo sobre a intensidade desse apoio a greve geral será feito a partir da manhã de quarta-feira, 26, quando será aberta a Assembléia Geral da CNBB, em Aparecida, São Paulo. Elaborada há um ano, a pauta do encontro prevê um debate sobre Conjuntura Nacional, que irá abrir para espaço para discussão sobre o dia 28 e seus desdobramentos. Pode-se prever -- o que
é natural num evento desse tipo -- uma ofensiva das lideranças alinhadas com o governo Temer, que receberá espaço e atenção junto a mídia amiga. O efeito real sobre as três centenas de bispos que estarão reunidos é bem menos provável. "O que está sendo feito agora por padres e bispos reflete o sentimento médio da Igreja hoje," disse ao 247 um médico que já completou meio século de militância em círculos católicos. Ainda que provoquem questionamentos internos, as resoluções cotidianas da CNBB não são decisões tomadas no vazio, mas refletem a postura de seu Conselho-Geral, com 48 integrantes.
Fonte:Brasil247
terça-feira, 25 de abril de 2017
STF MANDA GOLEIRO BRUNO DE VOLTA PARA A PRISÃO
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta terça-feira o retorno imediato do goleiro Bruno Fernandes à prisão. Em 24 de fevereiro, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, concedeu habeas corpus para libertar o jogador – que foi sentenciado a 22 anos e três meses pelo assassinato de Eliza Samudio, com quem teve um filho. O ministro argumentou que a condenação ainda não foi confirmada em segunda instância e, por isso, o réu poderia recorrer em liberdade. Mas a maioria do colegiado discordou e decidiu mandar o jogador de volta para a prisão.
O julgamento terminou com três votos a um. Apenas Marco Aurélio defendeu que o goleiro continuasse em liberdade. Os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Rosa Weber. Ressaltaram que condenações de Tribunais do Júri são soberanas e podem ser executadas imediatamente. Eles também lembraram que, quando a sentença foi fixada, o Tribunal do Júri considerou que o réu agiu de forma fria e planejada, com requintes de crueldade. Para Fux, tratam-se de “fatos gravíssimos”. Luís Roberto Barroso não estava presente.
— Casos como este merecem tratamento diferenciado — afirmou Fux.
Bruno jogava no Flamengo quando ocorreu o crime, em 2010. Ele foi preso diante dos indícios de envolvimento com a morte de Eliza Samudio. Depois que foi solto, o goleiro passou a atuar no Boa, time de Mina Gerais que disputa a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
O tribunal do júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, condenou Bruno em 2013. Quando concedeu o habeas corpus, Marco Aurélio lembrou que a condenação ainda não foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Nesta terça-feira, ele manteve o entendimento.
Quando foi condenado, Bruno permaneceu preso em razão da gravidade dos delitos, do temor causado na sociedade e da necessidade de resguardar a paz social. A defesa vinha recorrendo, alegando que a manutenção da prisão sem julgamento na segunda instância era uma antecipação da pena. Marco Aurélio concordou ao conceder a liminar. Argumentou que o clamor social não pode ser suficiente para justificar a prisão preventiva. O ministro também afirmou que bruno é réu primário e tem bons antecedentes.
Na semana passada, procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou um parecer ao STF pedindo a revogação da decisão que libertou o goleiro. Janot destacou que o processo está demorando para ser analisado na segunda instância em razão de recursos da própria defesa, o que vem postergando o julgamento. E acrescentou: “Anote-se que a execução provisória da pena se deu a pedido da própria defesa, na ocasião do recurso de apelação. Isso reforça a ausência de prejuízo ao sentenciado, que pode postular os benefícios previstos na Lei de Execução Penal.”
Janot apresentou também um argumento de ordem técnica para que o goleiro volte a prisão. Antes da decisão de Marco Aurélio, Bruno teve um pedido de liberdade negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O procurador-geral da República disse que não cabe apresentar habeas corpus contra decisão tomada por outro ministro de tribunal superior.
O habeas corpus era inicialmente da relatoria do ministro Teori Zavascki, que morreu em janeiro em um acidente aéreo. Como se tratava de um pedido considerado urgente, porque se tratava de réu preso, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, encaminhou o caso ao gabinete do Marco Aurélio. Com a chegada de Moraes ao tribunal na vaga deixada por Zavascki, ele herdou a maioria dos processos de seu antecessor, incluindo o habeas corpus de Bruno.
Fonte: Extra
PAYSANDU DECIDE A COPA VERDE NO MANGUEIRÃO EM BELÉM
Partidas entre Papão e Luverdense serão nos dias 4 de maio e 16 de maio
Em sorteio realizado ontem (24) na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), foram definidos os mandos de campo das finais da Copa Verde 2017, entre Paysandu e Luverdense (MT).
Ficou decidido que o Paysandu fará o último jogo em Belém. A primeira partida acontece no dia 4 de maio, às 20h30, em Lucas do Rio Verde (MT). Já o jogo de volta será no dia 16 de maio, às 20h, no Mangueirão, em Belém.
O Papão está na sua terceira final de Copa Verde e é o atual campeão da competição. A equipe bicolor tenta o bicampeonato, que dará ao Paysandu a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil 2018.
Fonte: Portal cultura
Em sorteio realizado ontem (24) na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), foram definidos os mandos de campo das finais da Copa Verde 2017, entre Paysandu e Luverdense (MT).
Ficou decidido que o Paysandu fará o último jogo em Belém. A primeira partida acontece no dia 4 de maio, às 20h30, em Lucas do Rio Verde (MT). Já o jogo de volta será no dia 16 de maio, às 20h, no Mangueirão, em Belém.
O Papão está na sua terceira final de Copa Verde e é o atual campeão da competição. A equipe bicolor tenta o bicampeonato, que dará ao Paysandu a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil 2018.
Fonte: Portal cultura
ISABELA JATENE GANHA NOVA SECRETARIA DO PAI
Nesta terça-feira (25), o Diário Oficial do Estado do Pará publicou a exoneração de Izabela Jatene de Souza, então responsável pela Secretaria Extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais.
Na mesma coluna do documento, no entanto, o DOE anuncia a contratação da filha do governador Simão Jatene como Secretária Extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis.
O mesmo documento também mostra a exoneração, seguida de contratação de Heitor Márcio Pinheiro Santos, exonerado do cargo de Coordenador do Núcleo (Pará Social), que agora assume Secretário Extraordinário de Estado de Integração de Políticas Sociais.
VEJA
POR: DOL
Na mesma coluna do documento, no entanto, o DOE anuncia a contratação da filha do governador Simão Jatene como Secretária Extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis.
O mesmo documento também mostra a exoneração, seguida de contratação de Heitor Márcio Pinheiro Santos, exonerado do cargo de Coordenador do Núcleo (Pará Social), que agora assume Secretário Extraordinário de Estado de Integração de Políticas Sociais.
VEJA
POR: DOL
segunda-feira, 24 de abril de 2017
Segundo edital do IBGE oferta quase 25 mil vagas
CONFIRA O SEGUNDO EDITAL
Para ensino fundamental, serão oferecidos 18.829 postos de recenseador, com salário inicial de R$ 3.000. Já para ensino médio, as opções serão para as carreiras de agente censitário regional (350), agente censitário administrativo (344), agente censitário municipal (1.256), agente censitário supervisor (4.854) e agente censitário de informática (174). Os vencimentos oscilam entre R$ 1.500 e R$ 3.458. A oferta para nível superior será de 171 postos de analista censitário, com salário de R$ 4.000.
PRIMEIRO EDITAL
O primeiro edital, já divulgado, segue com inscrições abertas para provimento de 1.039 vagas em todo o país. Das vagas divulgadas nesse primeiro edital, 868 são reservadas às funções de ensino médio e 171 para nível superior. O contrato de trabalho será temporário, para atuação no Censo Agropecuário 2017.
A participação no concurso deverá ser garantida até o dia 9 de maio. A ficha de cadastro está disponível no endereço eletrônico da banca organizadora, a Fundação Getúlio Vargas (www.fgv.br/fgvprojetos/concursos/ibge-pss). O candidato deverá optar por uma função e indicar o município onde deseja concorrer.
Será cobrada uma taxa de inscrição, nos valores de R$ 27 para a função de agente censitário administrativo, R$ 41 para agente censitário regional, R$ 42,50 para agente censitário de informática e R$ 78 para todos os postos de nível superior.
O candidato poderá efetuar o pagamento do boleto bancário até o dia 26 de maio. Membros de famílias de baixa renda poderão solicitar a isenção da taxa de participação, através do requerimento disponível no site da Fundação Carlos Chagas, até a data limite do prazo de inscrição.
(Jornal dos Concursos)
Por: DOL
Chacina em MT lembra que Brasil é bom em cultivar assassinatos no campo, por Leonardo Sakamoto
Blog do Sakamoto
Nove pessoas foram assassinadas em uma área próxima a um assentamento em Colniza (MT), município que faz divisa com os Estados do Amazonas e Rondônia, localizado no bioma amazônico. O crime ocorreu na quarta (19), de acordo com a perícia. Dois foram mortos a facadas e sete com tiros de calibre 12 por pessoas encapuzadas, de acordo com sobreviventes.
Colniza tem um histórico de conflitos agrários. De acordo com nota divulgada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em junho de 2004, famílias do assentamento foram expulsas por homens armados e tiveram suas plantações destruídas. Em 2007, pelo menos dez trabalhadores foram vítimas de tortura e cárcere privado por uma máfia que atua na extração ilegal de madeira. No mesmo ano, há registros de assassinatos de agricultores.
Uma das hipóteses é de que os autores do crime sejam jagunços dos fazendeiros da região, mas é necessário esperar as investigações determinarem o que realmente aconteceu.
Independentemente disso, já podemos somar esse número ao saldo de mortes decorrentes do conflito deflagrado no campo no Brasil. Em que a vida da população mais pobre vale menos do que esterco. De acordo com a CPT, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), já são 19 os assassinatos em conflitos agrários no país apenas neste ano.
As mortes no campo são resultado de um modelo de desenvolvimento concentrador, excludente, que privilegia o grande produtor e a monocultura, em decorrência ao pequeno e o médio. Que superexplora mão de obra, chegando, no limite, à escravidão contemporânea, a fim de facilitar a concorrência em cadeias produtivas cada vez mais globalizadas. Que fomenta a grilagem de terras e a especulação fundiária, até porque tem muita gente graúda e de sangue azul se beneficia com as terras esquentadas e prontas para o uso. Que muito antes da época dos verde-oliva já considerava a região como um “imenso deserto verde” a ser conquistado – como se o pessoal que lá morasse e de lá dependesse fossem meros fantasmas. Que está pouco se importando com o respeito às leis ambientais, porque o país tem que crescer rápido, passando por cima do que for. Tudo com a nossa anuência, uma vez que consumimos os produtos que vêm de lá alegres e felizes.
A violência na Amazônia não é uma questão do bem contra o mal. É uma questão econômica. Tem gente que ganha muito com o sistema do jeito em que está. Para quebra-lo, é necessário reinventar muitas práticas e sacudir o modelo. O governo Temer não irá fazer isso, da mesma forma que os governos Dilma, Lula, Fernando Henrique, Itamar, Collor e Sarney também não fizeram. E não estamos falando de revolução, mas de simplesmente seguir as regras do jogo – coisa que é vista com desdém em nosso capitalismo de periferia.
Enquanto isso, a História vai se repetindo como farsa. Na década de 80 e 90, fazendeiros resolveram acabar com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no Sul do Pará, um dos mais atuantes na região, e assassinaram uma série de lideranças. De acordo com frei Henri des Roziers, então advogado da Comissão Pastoral da Terra em Xinguara (PA), foi assassinado o primeiro presidente em 1985. “Depois, foi a vez de um dos líderes em 90 e seus dois filhos, que eram do sindicato. Foi assassinado, em 90, um diretor. E, em 91, mataram seu sucessor dele, além de outros que foram baleados. Passei da região do Bico-do-Papagaio para aqui a fim de ajudar na apuração desses crimes.” Os casos foram a julgamentos, houve condenações, mas os pistoleiros fugiram. Henri, foi, ele mesmo, um dos marcados para morrer no Pará e viveu sob escolta policial 24 horas por dia.
O Massacre de Eldorado dos Carajás, no Sul do Pará, que matou 19 sem-terra e deixou mais de 60 feridos após uma ação violenta da Polícia Militar para desbloquear a rodovia PA-150, completou 21 anos no dia 17 de abril. A rodovia estava ocupada por uma marcha do MST que se dirigia à Marabá para exigir a desapropriação de uma fazenda, área improdutiva que hoje abriga o assentamento 17 de Abril.
Em fevereiro de 2005, a missionária Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros – um deles na nuca – aos 73 anos. Ela foi alvejada numa estrada vicinal de Anapu (PA). Ligada à Comissão Pastoral da Terra, Dorothy fazia parte da Congregação de Notre Dame de Namur, da Igreja Católica. Naturalizada brasileira, atuava no país desde 1966 e defendia os Programas de Desenvolvimento Sustentável como modelo de reforma agrária na Amazônia.
De tempos em tempos, um trabalhador rural, indígena, ribeirinho, quilombola, camponês é morto na Amazônia. Alguns são mais conhecidos e ganham mídia nacional e internacional, mas a esmagadora maioria passa como anônimos e são velados apenas por seus companheiros e familiares.
Na prática, com louváveis exceções como a de magistrados com coragem de condenar escravagistas ou de procuradores que não dão trégua a quem mata e desmata, a Justiça tem servido para proteger o direito de alguns mais ricos em detrimento dos que nada têm. Mudanças positivas têm acontecido, mas muito pouco diante do notório fracasso até o presente momento.
Mortes no campo não são de hoje, mas há muitos produtores rurais e extrativistas gananciosos que estão com sangue nos olhos. Talvez por se sentirem fortalecidos pelas alianças políticas que fizeram, talvez por verem no atual governo federal um aliado para suas demandas. Querem mudar as regras da demarcação de territórios indígenas, suprimir ainda mais a proteção ambiental, ”flexibilizar” as regras para a implantação de grandes empreendimentos, enfraquecer o conceito de trabalho escravo contemporâneo.
Os representantes políticos que defendem esse discurso em Brasília podem não ser os que apertam o gatilho na Amazônia. Mas a narrativa que defendem é responsável por fazer com que essa violência seja vista como uma necessária ”limpeza” em nome do ”progresso”.
Precisamos construir uma opção de desenvolvimento que inclua o respeito às leis ambientais sem chance para anistias que criem a sensação de impunidade do “desmata aí, que depois a gente perdoa”. Que passe pela regularização fundiária geral, confiscando as terras griladas, e a realização de uma reforma agrária, com a garantia de que os recursos emprestados pelos governos às pequenas propriedades – as verdadeiras responsáveis por garantir o alimento na mesa dos brasileiros – sejam, pelo menos, da mesma monta que os das grandes. Por preservar os direitos das populações tradicionais, os assentados e de projetos extrativistas. Por manter o combate ao trabalho escravo e evitar o desmonte da proteção trabalhista no país.
Muitos de nós passamos os olhos em notícias como essa, mas não nos detemos para saber mais sobre o que aconteceu. Pensamos que não é conosco. Mas a produção na Amazônia está umbilicalmente ligada a nós através de extensas cadeias produtivas. Desde 2003, a ONG Repórter Brasil mapeou mais de mil cadeias de escoamento, mostrando como mercadorias que fazem parte do dia a dia dos brasileiros e do mundo foram produzidas através do sofrimento de seres humanos e de danos ao meio.
De onde você acha que vem o bife do seu churrasco de domingo ou o carvão usado na fabricação de ferro-gusa, matéria-prima do aço com o qual é feito o seu carro? Ou a origem do cacau que você consome? A maior parte da madeira extraída da Amazônia, por exemplo, não vira mesinha de centro na Europa, mas é utilizada na construção civil brasileira.
Através de conexões por cadeias produtivas nos tornamos financiadores involuntários de crimes cometidos, em nosso nome, a milhares de quilômetros. Saber disso não deveria produzir culpa, sentimento inútil e imobilizador, mas lembrar de nossa responsabilidade.
Não gosto de dizer que o Estado é ”ausente” nessas regiões, pois seria um erro do ponto de vista conceitual. Contudo, as instituições que servem para garantir a efetividade dos direitos fundamentais da parcela mais humilde, como sua proteção e segurança, são mal estruturadas, defeituosas ou insuficientes. Enquanto isso, aquelas criadas para garantir o desenvolvimento econômico, seja através do financiamento do agronegócio, do extrativismo ou dos grandes projetos de engenharia, funcionam que é uma beleza.
E vale ressaltar que o poder público é responsável pela violência na Amazônia por sua omissão, mas também por sua ação. Por exemplo, temos um grande crime chamado Belo Monte, uma das principais bandeiras do governo Dilma Rousseff.
Publiquei aqui sobre a libertação de escravas sexuais que abasteciam a obra pela polícia federal; sobre a morte de operários na obra e os protestos de trabalhadores por melhores condições; sobre como a obra queimava madeira legal e comprava madeira ilegal; sobre denúncias de espionagem envolvendo os construtores contra a sociedade civil; sobre as denúncias de perseguição de movimentos sociais por conta de críticas à obra; sobre as denúncias de indígenas por conta do impacto da obra no rio Xingu; sobre os impactos negativos nos moradores de Altamira; sobre as críticas do sistema interamericano de direitos humanos contra a obra; sobre a aprovação da obra a toque de caixa junto aos órgãos ambientais, sem ouvir decentemente as populações diretamente envolvidas, desrespeitando convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário; sobre como a população local estava sendo desprezada em todo esse processo em nome do conforto de nós, que vamos aproveitar da energia gerada. Sem contar as denúncias de corrupção.
Em todos, criticando o governo brasileiro pela obra ou por sua tosca defesa. Pois o governo mentiu descaradamente sobre o impacto e ficou por isso mesmo.
Desde a ditadura, somos obrigados a ouvir discursos de que a vida de algumas centenas de famílias camponesas, ribeirinhas, quilombolas ou indígenas não pode se sobrepujar ao ”interesse nacional”. Discursos que taxam de ”sabotagem sob influência estrangeira” a atuação de movimentos e entidades sérias que atuam para que o ”progresso” não trague o país. Valeria a pena pararmos para refletir e perceber que o que alguns chamam de ”interesse nacional” é, na verdade, seu próprio interesse maquiado por belas propagandas.
Se você não respira fundo corre o risco de ser absorvido pela espiral de banalização de violência ao ler notícias da fronteira agrícola da Amazônia, do Cerrado, do Pantanal. O horror de ontem passa a ser nada diante da bizarrice de hoje, retroalimentada pela impunidade. Afinal, há mais chances de eu ser atingido na rua por um meteoro em chamas do que o Brasil garantir que os seus violadores de direitos humanos sejam sistematicamente responsabilizados e punidos.
Faça uma experiência: pegue os jornais da época de todos esses assassinatos. Pode ser apenas os dos mais famosos. Verá que é só trocar o nome dos mortos, do município e onde foi a emboscada para serem a mesma matéria. As mesmas desculpas do governo, os mesmos planos de ação parecidos, as mesmas reclamações da Comissão Pastoral da Terra, os mesmos grupos sendo criados para debater e encontrar soluções – e, às vezes, nem isso. Jornalistas preguiçosos que não têm criatividade para escrever um texto diferente? Não.
O que me leva a crer que o Brasil bem que poderia ser processado por repetidos plágios de sua própria incompetência.
Como descobrir se alguém mandou uma localização falsa no WhatsApp
O recurso serve para avisar onde você está de maneira rápida, mas nem sempre é usado com essa finalidade
O WhatsApp permite compartilhar a localização com os contatos. O recurso serve para avisar aos amigos onde você está de maneira rápida, mas nem sempre é usado com essa finalidade. No app, é possível enviar a localização falsa para fingir que está chegando a um local, simular que está em casa ou outras razões.
No entanto, o aplicativo “entrega” as localizações falsas. Por meio de uma dica simples, o usuário pode identificar quando alguém está realmente no lugar indicado no mapa ou não. O tutorial a seguir mostra como distinguir as duas situações. Os screenshots foram feitos em celular Android, mas o funcionamento é o mesmo no iPhone (iOS).
Passo 1. Quando um contato enviar uma localização e realmente estiver no lugar, o WhatsApp exibirá apenas uma miniatura do mapa, sem nenhuma inscrição dentro.
Passo 2. Já quando alguém compartilhar uma localização falsa, na parte inferior do mapa será mostrado o endereço do local.
Agora você já sabe: toda vez que houver um endereço junto à miniatura do mapa no WhatsApp é porque seu contato está em um lugar diferente.
Por: ORM
O WhatsApp permite compartilhar a localização com os contatos. O recurso serve para avisar aos amigos onde você está de maneira rápida, mas nem sempre é usado com essa finalidade. No app, é possível enviar a localização falsa para fingir que está chegando a um local, simular que está em casa ou outras razões.
No entanto, o aplicativo “entrega” as localizações falsas. Por meio de uma dica simples, o usuário pode identificar quando alguém está realmente no lugar indicado no mapa ou não. O tutorial a seguir mostra como distinguir as duas situações. Os screenshots foram feitos em celular Android, mas o funcionamento é o mesmo no iPhone (iOS).
Passo 1. Quando um contato enviar uma localização e realmente estiver no lugar, o WhatsApp exibirá apenas uma miniatura do mapa, sem nenhuma inscrição dentro.
Passo 2. Já quando alguém compartilhar uma localização falsa, na parte inferior do mapa será mostrado o endereço do local.
Agora você já sabe: toda vez que houver um endereço junto à miniatura do mapa no WhatsApp é porque seu contato está em um lugar diferente.
Por: ORM
segunda-feira, 17 de abril de 2017
DIA DA INFÂMIA COMPLETA UM ANO COM BRASIL EM RUÍNAS
Um ano atrás, em 17 de abril de 2016, foi escrita a página mais vergonhosa da história brasileira: a "assembleia de bandidos presidida por um bandido", como definiu o escritor Miguel Sousa Tavares, ao se referir à sessão da Câmara dos Deputados que permitiu a abertura de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade – ou seja, um golpe – contra a presidente Dilma Rousseff; decorridos 12 meses, o Brasil se tornou uma nação arruinada econômica e moralmente; mais do que isso, todos os protagonistas do golpe foram desmascarados; Eduardo Cunha, que presidiu a sessão, está preso em Curitiba, condenado a mais de 15 anos de prisão, por corrupção, evasão e lavagem de dinheiro; Aécio Neves, o agitador do golpe, é hoje um dos políticos mais desmoralizados do País, acusado de receber mais de R$ 50 milhões para favorecer empreiteiras; Bruno Araújo, que chorou ao dar o voto decisivo, também está na lista de Fachin; enquanto isso, Dilma Rousseff segue de pé em sua luta para devolver a democracia ao Brasil e foi aplaudida em todas as universidades em que discursou nos Estados Unidos
Há exatos doze meses, no dia 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados escreveu uma das páginas mais vergonhosas da história do Brasil. Numa sessão em pleno domingo, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentares investigados por corrupção acolheram um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff, reeleita com 54 milhões de votos.
Abriu-se ali o roteiro de um golpe parlamentar que arruinou a economia brasileira, que encolheu quase 10% desde então, e desmoralizou a imagem do Brasil no mundo. De país admirado pela melhoria dos indicadores sociais, o Brasil voltou a ser uma típica república baneneira, marcada por golpes rastaqueras.
Naquele mesmo dia, o escritor português Miguel Souza Tavares fez a definição precisa – e antológica – para a sessão: uma assembleia de bandidos presidida por um bandido.
Um ano depois, é impossível não lhe dar razão. O parlamentar que presidiu a sessão, Eduardo Cunha, hoje está preso em Curitiba, condenado a mais de 15 anos, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), agitador do golpe, é hoje um dos políticos mais desmoralizados do País, acusado de receber mais de R$ 50 milhões para favorecer empreiteiras, sendo o recordista de pedidos de inquéritos no Supremo Tribunal Federal – cinco, ao lado de Romero Jucá (PMDB-RR), que dizia ser necessário derrubar Dilma para estancar a sangria da Lava Jato. Também presente naquela fatídica sessão, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que chorou ao dar o voto decisivo para o acolhimento do golpe parlamentar, hoje é yn dos oito ministros de Michel Temer denunciados ao Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, Dilma Rousseff segue de pé em sua luta para devolver a democracia ao Brasil e foi aplaudida em todas as universidades em que discursou nos Estados Unidos. A narrativa das "pedaladas fiscais", pretexto para o golpe, foi desmoralizada pelo próprio Michel Temer, em entrevista concedida à TV Bandeirantes neste sábado. Nela, Temer confessou que Dilma só foi derrubada porque não garantiu os três votos no conselho de ética que poderiam ter salvo seu parceiro Eduardo Cunha. Ou seja: Dilma caiu porque não se dobrou a um chantagista (leia mais aqui). Nesta segunda-feira, seu advogado, José Eduardo Cardozo, juntará como prova no processo que questiona o mérito do impeachment e pede a anulação do golpe a prova fornecida pelo próprio Temer (leia mais aqui).
Por Brasil247
Há exatos doze meses, no dia 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados escreveu uma das páginas mais vergonhosas da história do Brasil. Numa sessão em pleno domingo, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentares investigados por corrupção acolheram um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff, reeleita com 54 milhões de votos.
Abriu-se ali o roteiro de um golpe parlamentar que arruinou a economia brasileira, que encolheu quase 10% desde então, e desmoralizou a imagem do Brasil no mundo. De país admirado pela melhoria dos indicadores sociais, o Brasil voltou a ser uma típica república baneneira, marcada por golpes rastaqueras.
Naquele mesmo dia, o escritor português Miguel Souza Tavares fez a definição precisa – e antológica – para a sessão: uma assembleia de bandidos presidida por um bandido.
Um ano depois, é impossível não lhe dar razão. O parlamentar que presidiu a sessão, Eduardo Cunha, hoje está preso em Curitiba, condenado a mais de 15 anos, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), agitador do golpe, é hoje um dos políticos mais desmoralizados do País, acusado de receber mais de R$ 50 milhões para favorecer empreiteiras, sendo o recordista de pedidos de inquéritos no Supremo Tribunal Federal – cinco, ao lado de Romero Jucá (PMDB-RR), que dizia ser necessário derrubar Dilma para estancar a sangria da Lava Jato. Também presente naquela fatídica sessão, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que chorou ao dar o voto decisivo para o acolhimento do golpe parlamentar, hoje é yn dos oito ministros de Michel Temer denunciados ao Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, Dilma Rousseff segue de pé em sua luta para devolver a democracia ao Brasil e foi aplaudida em todas as universidades em que discursou nos Estados Unidos. A narrativa das "pedaladas fiscais", pretexto para o golpe, foi desmoralizada pelo próprio Michel Temer, em entrevista concedida à TV Bandeirantes neste sábado. Nela, Temer confessou que Dilma só foi derrubada porque não garantiu os três votos no conselho de ética que poderiam ter salvo seu parceiro Eduardo Cunha. Ou seja: Dilma caiu porque não se dobrou a um chantagista (leia mais aqui). Nesta segunda-feira, seu advogado, José Eduardo Cardozo, juntará como prova no processo que questiona o mérito do impeachment e pede a anulação do golpe a prova fornecida pelo próprio Temer (leia mais aqui).
Por Brasil247
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