segunda-feira, 14 de março de 2011

Banco do Brasil quer retomar dívidas rurais

MP estabeleceu tratamento diferenciado pelos bancos às dívidas (Foto: Mário Quadros)
O Banco do Brasil já disponibilizou, na sua rede de agências espalhadas por todo o Pará, as novas condições para renegociação de dívidas de produtores rurais. A medida, que tem como público-alvo os clientes com operações vencidas até 30 de junho do ano passado, foi preconizada na Medida Provisória 517, editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que estabeleceu tratamento diferenciado pelos bancos no trato das dívidas do setor agrícola.
O superintendente de negócios do Banco do Brasil no Pará, Rubem Hansen, informou esta semana que o plano especial de renegociação de dívidas vai beneficiar cerca de 16 mil produtores rurais em todo o Estado, tanto do Pronaf (agricultura familiar) quanto da chamada agricultura empresarial. Ruben Hansen destacou que, para regularizar sua situação, os agricultores em débito deverão procurar uma das 103 agências do Banco do Brasil instaladas em 89 municípios do Pará, número que será ampliado ainda este ano com a abertura de oito novas agências.
SEM PENDÊNCIAS
O Banco do Brasil decidiu pela renegociação das dívidas do setor rural, de acordo com o seu superintendente, porque para a instituição não é interessante manter pendências. “O Banco do Brasil é o braço do agronegócio brasileiro. Uma das principais missões do banco é trabalhar pelo desenvolvimento do país”, afirmou Rubem Hansen. Por isso – acrescentou –, as pessoas que têm restrições no cadastro poderão se regularizar, excluir seu nome do cadastro negativo e, com isso, voltar a ser um agente econômico ativo.
Esta, aliás, é uma questão muito importante, conforme frisou o superintendente. Ao renegociar a dívida, o cliente ficará completamente livre de quaisquer restrições, podendo voltar a operar normalmente com o sistema financeiro e, se tiver interesse, realizar inclusive nova operação de crédito com o próprio Banco do Brasil. Outro aspecto relevante é a exclusão dos encargos de inadimplemento para as renegociações formalizadas até o próximo dia 29 de abril.
Entre outras vantagens, o Banco do Brasil está oferecendo aos produtores em débito a possibilidade do alongamento do prazo máximo de pagamento para até dez anos, desde que 40% da dívida seja paga em até cinco anos. A entrada mínima será de 10% do valor recalculado. No recálculo do débito, o BB vai excluir as multas e os juros de mora. Isso fará com que, em alguns casos e dependendo do tempo de permanência do débito, o seu valor possa ser reduzido à metade ou até menos.
Rubem Hansen revelou, depois de cálculo ligeiro, que uma dívida vencida no final de dezembro de 2009, por exemplo, será enxugada em aproximadamente 30%. “Quanto mais antigo for o débito, maior será o valor enxugado”, acrescentou. Ele disse que o banco não fez ainda um levantamento das dívidas que se enquadram no perfil do plano especial de renegociação, mas garantiu que o montante não chega a ser muito alto, até porque há muitas operações de pequeno valor – variando entre R$ 3 mil e R$ 5 mil – realizadas com clientes da agricultura familiar.

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