segunda-feira, 11 de maio de 2015

Allianz Parque: o dia em que a CBF censurou um estádio

A 30 minutos do início do Campeonato Brasileiro de 2015, surgiu um branco. Alguns torcedores se entreolharam, outros forçaram a vista para entender melhor o que estava acontecendo. Minutos depois, as redes sociais já estavam infestadas de informações e revoltas dos palmeirenses.

Todas as placas do estádio Allianz Parque, palco da partida entre Palmeiras e Atlético Mineiro, foram parcialmente cobertas com faixas. Ficou o Parque, esconderam o Allianz, a seguradora alemã que pagou R$ 300 milhões pelo naming rights da nova casa alviverde.

A inusitada censura ganhou uma justificativa minutos depois. Segundo Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, um acordo com a TV Globo sobre os espaços publicitários fez com que a CBF recomendasse os tampões improvisados. Segundo o regulamento da Série A, os letreiros do estádio são classificados como espaços estáticos secundários e não pertencem aos clubes.

CBF e Rede Globo não se pronunciaram até agora, mas qualquer cidadão menos ingênuo é capaz de elucubrar mais algumas hipóteses para o veto. A emissora que domina os direitos de transmissão do futebol brasileiro praticamente ignora o Palmeiras em sua grade de programação, mas, para promover o início do Campeonato Brasileiro, abriu o sinal do Pay Per View para a partida inaugural. E mais uma vez decidiu deixar claro quem manda no futebol brasileiro. Para quem já adulterou o distintivo do Red Bull Brasil para evitar propaganda involuntária, o tampão ao letreiro do Allianz Parque estava dentro do script.

Mas por que só agora o veto, e não, por exemplo, na primeira final do Campeonato Paulista, disputada no mesmo local? Aí entra a CBF, patrocinada pela Seguros Unimed, uma concorrente direta da patrocinadora do Palmeiras. Ou seja, ambas tinham o interesse de impedir a exposição demasiada de uma empresa que não contribui para os seus respectivos cofres. Foi o recado implícito que deram ao presidente palestrino.

Como toda decisão arbitrária feita na base do improviso, a censura ajudou a expor ainda mais a marca. A hashtag #AllianzParque ganhou o topo do Twitter, o Facebook foi inundado com fotos e vídeos dos palmeirenses relatando o ocorrido.

Por carta capital

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